Ruxanda Lungu: Magistère Européen de Génétique (MEG)

Ruxanda Lungu frequentou (de 2017 a 2019) o Magistère Européen de Génétique, na Université de Paris Denis Diderot-Paris 7, e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Como é funciona este mestrado a nível de plano de estudos?

Trata-se de um mestrado bastante completo de três anos (L3,M1 e M2). No meu caso, frequentei apenas o M1 e M2 pois consegui equivalência de todas as disciplinas do L3, também porque o L3 corresponde a um 3º ano de licenciatura (o sistema de ensino francês é bastante diferente). Dito isto, todos os anos lectivos têm uma componente teórica e outra prática (como 3 “mini teses” finais para cada ano). O L3 tem UC’s mais teóricas e introdutórias à genética geral e um estágio de 3 meses num laboratório com parceria neste mestrado (normalmente no Canadá ou Europa). O M1 tem UC’s obrigatórias de setembro a janeiro e opcionais de Janeiro a Março, às quais se segue o estágio de 5 meses (nos EUA ou Europa). O M2 tem apenas UC’s opcionais e o 3º estágio de 6 meses (em Paris). Os estágios são remunerados. É importante realçar que no L3 e no M1 as UC’s são lecionadas em Francês, salvo algumas excepções (em inglês) e no M2 em Inglês, salvo algumas excepções (em francês). É painda possível obter um Double Diploma. Visto que o M2 é o ano internacional, é o ano em que há mais troca de alunos. A maior parte das trocas são feitas com Itália, Grécia e Espanha e é possível ter as UC’s do M2 num destes países numa universidade sugerida e a tese em Paris. Caso se opte fazer o ano inteiro do M2 em Paris, é possível escolher a “Semana Erasmus” numa destas Universidades, contudo não há direito ao Double Diploma. No meu caso, fiz o M2 todo em Paris e optei pela semana Erasmus da Universidade de Barcelona onde tive um curso intensivo de “Neural development and neurological or psychiatric disorders”. É de realçar ainda que o M2 é permitido não apenas aos alunos que prosseguem do M1 e do programa de double diploma, mas também a alunos de outros cursos franceses, nomeadamente medicina (juntam-se apenas para fazer este ano do curso de genética).

As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

No geral, as UC’s obrigatórias acabam por ser mais teóricas e as opcionais mais práticas uma vez que são mais direcionadas.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Tanto as obrigatórias como as opcionais acabam por ser um bom complemento. 

Que UC’s de Laboratório tens?

No L3 o estágio de laboratório é mais introdutório às práticas laboratoriais sendo que nos estágios do M1 e M2 é-nos entregue um tema/proposta de projecto do qual somos inteiramente responsáveis e autónomos (mas com supervisão). 

Fora os estágios, existem disciplinas práticas que duram desde uma semana a dois meses (dependendo da opção) que têm como objectivo ou preparar para o estágio ou abordar técnicas específicas (no meu caso optei por um Curso de genética e epigenética molecular no Institut Pasteur que me deu equivalência de ECTS numa optativa do M2 e que se focou em várias técnicas de estudo epigenético desde o lab até bioinformática).

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro ?

Devo admitir que as aulas de laboratório focam-se principalmente em desenvolver as nossas skills orientados para a área da investigação e neste aspecto o serviço é excelente. Contudo quem pretende seguir áreas mais empresariais aconselho mestrados mais direcionados para isso. Este prepara-nos mais para um doutoramento a seguir.

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades? 

Podem ver em mais detalhe no website que deixei aqui numa questão abaixo, mas sim, existem colaborações com diversas Universidades e centros de investigação/clínicas por toda a Europa, Estados Unidos e Canadá. 

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Estas colaborações sem dúvida que potenciam potenciais parcerias, especialmente para desenvolver a tese de Doutoramento futuramente.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

As saídas profissionais podem ser muito diversificadas uma vez que área da engenharia genética é muito abrangente indo desde investigação básica até as mais diversas profissões listadas:

Informação que consta no site oficial, considerando que a maior parte dos alunos são franceses:

Empregos no setor público em investigação e / ou ensino 46,5%

CR ou DR (INSERM, CNRS, INRA, Instituto Pasteur, CEA) 14,5%

Professor-investigador em França 10,2%

Técnicos de investigação e gerente de plataformas de investigação 7,7%

Investigador, líder da equipa de investigação, num instituto ou universidade no exterior 5,2%

Professor do ensino médio 3,6%

Clinical research associate 2,3%

Professor-Investigador no exterior 1,8%

Técnico 1,2%

Investigação no sector privado 13,1%

Investigador, líder da equipa de investigação, em empresa francesa ou estrangeira 13,1%

Empregos em empresas (excluindo investigação) 39,7%

Marketing, gerente de produtos, analista, redator de patentes 19%

Consultor (inovação, marketing) 3,6%

Comunicação científica, jornalista, editora 3,2%

Consultores, gerentes de projeto, departamentos consultivos 3%

Professor particular, formador 2,5%

Conselheiro Genético 2%

Criador de empresas, start-ups 1,6%

Cientista da computação, bioinformática 1,2%

Outros 3,6%

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

No site da Universidade http://www.magisteregenet.univ-paris-diderot.fr

O que te fez seguir o Mestrado que frequentaste?

Pessoalmente, eu queria uma experiência diferente e queria, além de destacar o meu CV com um programa de mestrado tão rico na área da genética, ter a experiência de estudar e trabalhar fora de Portugal, especialmente em Paris e nos Estados Unidos.

Gostaste do teu Mestrado?

Adorei a experiência! Apesar de ter sido um desafio enorme por causa da língua e também do programa tão carregado, especialmente no M1 em que tinha de acompanhar as aulas em Francês e depois investir mais a rever tudo, fora a carga horária das teóricas. Achei os meus colegas todos super integrativos e deram-me imenso apoio, assim como os excelentes professores. A associação de estudantes até organizou um “Weekend de integração”, logo no início do ano, em que fomos todos acampar, algo parecido com a nossa praxe, para os que são novos no curso, com diversas actividades de integração.Gostei especialmente da minha experiência nos EUA em Durham na Duke University no M1.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

O ponto mais positivo é sem dúvida a internacionalização do mestrado. Além disso senti que tanto as aulas como os estágios foram suportes essenciais para um conhecimento forte em genética.

E negativos?

A carga horária das UC’s. A falta de férias! Senti também que é muito difícil para um não-nativo de Francês acompanhar o M1, mas fui avisada! Aconselho que invistam num mestrado de parceria entre um ano em Portugal e o M2 do MEG.

Achas que o teu Mestrado está bem estruturado?

Aquela sensação estranha de que existe ordem no caos define este mestrado. Muitas, muitas opções de UC’s, estágios, cursos e etc e tudo possível. Não imagino algo tão bem estruturado em Portugal, honestamente. 

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Na verdade critico a carga horária e a falta de férias, mas não consigo apontar uma estrutura melhor. Todas as aulas são essenciais e os estágios são insubstituíveis. 

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estudaste e que gostasses de partilhar?

Houve várias, mas bastante engraçado foi quando fui para os EUA e aluguei um quarto numa moradia em casa de uma senhora americana na casa dos 60 anos. A senhora era no mínimo peculiar… Uma advogada solteirona que tinha um gato mais velho que ela. No dia em que cheguei ela partiu os dois pulsos a jogar ténis! Fora isso, forreta era o seu segundo nome, tentava poupar em TUDO! Exemplo: Eu metia água a ferver para cozer massa e ela ficava ao pé da panela a ver quando é que a água entrava em ebulição para me avisar da primeira bolha formada para que eu metesse logo a massa, para não gastar gás desnecessário. Esta e muitas outras. Só aguentei um mês e meio! Depois mudei-me com uma colega do lab para um apartamento de condomínio privado, com piscina e ginásio. Deu para recuperar bem do stress anterior.

O que tiveste em consideração na escolha do teu Mestrado?

A questão financeira pesou bastante. Eu queria uma experiência internacional, mas não me podia dar a grandes luxos. O facto deste mestrado ser gratuito para qualquer cidadão europeu ajudou. Os estágios eram pagos e a segurança social francesa dá uma ajuda monetária mensal a todos os estudantes de França. A componente internacional foi fundamental, especialmente o estágio nos EUA. Pela descrição das UC’s que vi no website deles percebi que se tratava de um programa muito completo e eu ainda não tinha encontrado nenhum a este nível e tão específico na área da genética.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um Mestrado?

No fundo um mestrado vai definir o passo antes da entrada no mercado de trabalho e acho que deve ser bem pensado. Decidir se se quer investigação, indústria ou clínica é fundamental e deve-se escolher o mestrado que mais bases dá para cada vertente. Se por qualquer razão não entrarem à primeira no mestrado que pretendem, não faz mal tentar mais vezes, noutros anos se for preciso. Não desistir acima de tudo. Não devem ir para um mestrado só porque foi nesse que vos aceitaram. O ser humano tem a capacidade de se adaptar às mais diversas situações, mas isso nem sempre é sinónimo de felicidade. Eu não entrei à primeira no MEG mas esperei um ano, aperfeiçoei o francês (era a falha no meu cv) e no ano seguinte fui aceite.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião? 

Deixo o meu email, linkedin e facebook:

Ruxanda.lungu17@gmail.com

https://www.linkedin.com/in/ruxandalungu

https://www.facebook.com/ruxanda.lungu

 

Ana Tavanez: Mestrado em Imunologia e Inflamação

Ana Tavanez frequenta o Mestrado em Imunologia e Inflamação na Universidade de Copenhaga e respondeu a algumas questões acerca do mesmo:

Poderias descrever o teu Mestrado? As UC’s são mai voltadas para a teoria ou para a prática?

Estou a realizar um mestrado em Imunologia e Inflamação na Universidade de Copenhaga. Consiste em 2 anos: no primeiro temos apenas componente teórica (as cadeiras são dadas em blocos de 4/5 semanas, 2 de cada vez) – exceto duas ou três aulas práticas que incluem um curso certificado pela FELASA para manuseamento de ratinhos/ratos e design de experiências com os mesmos. O segundo ano consiste na realização da tese, aí desenvolvemos a nossa prática laboratorial. 

O que podes dizer acerca da componente laboratorial?

A componente laboratorial está apenas presente quando integramos um laboratório para iniciar a tese. Sinto que é algo que podia ser incluído no primeiro ano para não se perder a prática e o ritmo (tanto a nível de habilidade técnica como de escrita científica). Por outro lado, a realização da tese aqui é feita ao longo de 1 ano e não apenas de um semestre, o que acaba por compensar um pouco. 

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades? 

Com universidades não tenho a certeza, mas com alguns institutos de investigação sim. O site da universidade disponibiliza um link onde se encontra uma lista de financiamento e colaborações: https://isim.ku.dk/dansk/funding_og_samarbejde/

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Diria que sim, torna mais fácil o contacto entre instituições e a explicação do nosso background.  Diria que cria mais oportunidades. 

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Acho que o mestrado em Imunologia e Inflamação, parecendo um tópico tão restrito, é na verdade bastante abrangente. Possíveis saídas profissionais são a indústria médica e farmacêutica, hospitais, investigação ou até mesmo educação.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

O site da faculdade é bastante claro na minha opinião. No entanto, encontram alguns emails disponíveis como o do Head of Studies e o meu conselho é que não tenham vergonha de mandar emails com as vossas questões porque vão encontrar respostas super prestáveis. 

Ana falou-nos um pouco da sua experiência neste mestrado e universidade e, também, sobre o que a levou até Copenhaga:

Eu acabei a minha licenciatura em Biologia Celular e Molecular na FCT, Universidade Nova de Lisboa, e não sabia bem o que queria fazer a partir dali. Tudo parecia demasiado específico ou demasiado abrangente, no entanto gostei mesmo muito da unidade curricular de Imunologia, mas na altura não encontrei nenhum mestrado nessa área em Lisboa. Uma amiga andava a desafiar-me para estudar fora do país e conhecíamos duas pessoas do nosso curso, que já tinham terminado a licenciatura e estavam em Copenhaga a realizar o seu mestrado (que falaram super bem do ambiente de cá e da Universidade, e claro, do facto de alunos da UE estarem isentos de propinas) e foi quando decidi procurar qual a oferta de mestrados disponíveis na Universidade de Copenhaga. Surpresa das surpresas: Imunologia e Inflamação saltou logo à vista. O plano curricular pareceu bastante interessante e a Universidade é bem conceituada, foi uma decisão fácil. 

Estou a gostar do mestrado. É um ambiente totalmente diferente e um método de ensino bastante diferente daquilo a que estava habituada na FCT. É mais flexível, permitiu-me ter um melhor balanço de vida pessoal/estudos e a relação que se tem com os professores em aula é diferente: há um maior à vontade e não se sente tanto uma “hierarquia”. Com isto não quero dizer que se tenha de trabalhar pouco: As boas notas são unicamente dependentes da nossa dedicação e vontade de aprender mais por nós próprios, a partir de pesquisa e de debate de questões em aula. 

Como pontos menos positivos consideraria a falta de aulas práticas durante o primeiro ano/falta de escrita científica ou de um pequeno projeto. 

Considero que o mestrado está bem estruturado, mas claro, vão sempre existir unidades curriculares que nos despertam mais interesse do que outras ou em que achamos que o professor podia ser um bocadinho mais dinâmico na passagem de informação, mas diria que faz parte. Estou contente com a minha decisão e voltaria a escolher este mestrado. 

Para quem se vai candidatar: há sempre aqueles que sabem exatamente aquilo que querem e aqueles que estão ali no “Será que é isto? E se não for?”, o meu conselho é: apenas façam. Escolham algo que mesmo que, sem 100% certezas, vocês achem que pode ser algo que vão gostar de aprender. No pior dos cenários, descobrem algo que não querem fazer para o resto da vida, e isso também é ok. Não tenham medo de fazer perguntas e sobretudo, não tenham medo de pedir ajuda. 

Se puder ajudar, aqui fica o meu email: anaritatavanez@gmail.com ou adicionem-me no Facebook e mandem uma mensagem por lá (Ana Tavanez). 

Lourenço Bonneville: Mestrado em Microbiologia Médica

Lourenço Bonneville concluiu o Mestrado em Microbiologia Médica (FCM, FCT, IHMT e ITQB) e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são voltadas mais para a teoria ou para a prática?

As UC são maioritariamente práticas, acompanhadas de uma teórica antes da mesma, o que justifica também a propina mais elevada.

As UC’s são um bom complemento à componente prática? 

Sim, nalgumas cadeiras temos ainda, antes de iniciar a aula prática, uma breve introdução aos procedimentos e/ou fundamentos

Que UC’s de Laboratório tens?

Especificamente de laboratório nenhuma, mas no primeiro semestre apenas 3 cadeiras de 2 ECTS não tem parte prática e no segundo semestre todas as cadeiras têm aulas práticas diárias.

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro (em investigação, empresa ou outro)? 

Sem duvida, porque as aulas práticas são construídas à volta das linhas de investigação de um grupo (grupo coordenador de cada UC/módulo/tema). Inclui isolamento de proteínas, estudo de esporulação em bactérias, diagnostico clinico de doenças infeciosas. Aprendemos muitas técnicas base para uma carreira de investigação.

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades? 

Sim, o mestrado tem 4 unidades orgânicas: FCT, ITQB, IHMT e FCM.

Na tua opinião, essas ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho? 

Sem duvida, e é um bom complemento em termos teóricos, porque complementa investigação fundamental com a visão clinica, epidemiologia e microbiológica.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Diagnostico clínico, investigação, integração em equipas de estudos de saúde publica, carreira de docência, industria, etc.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

Nas páginas das unidades orgânicas: pesquisar os temas/linhas de investigação que os grupos do mestrado trabalham, vendo o currículo dos docentes. Podem pesquisar os alunos por redes como o Facebook ou Linkedin e ver o repositório de teses da UNL. 

O que te fez seguir o Mestrado que frequentas?

A paixão por microbiologia ligada a doenças infeciosas, sintomas, antibioticoterapia, emergência de uma preocupação global.

Estás a gostar do teu Mestrado?

Sim, sem dúvida.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Muita prática, muitas opcionais, portanto o currículo entre alunos nunca é igual, a proximidade aos professores, a atualidade de todos os temas abordados.

E negativos?

Algumas cadeiras base podem ser repetitivas face à licenciatura, o horário é pós laboral e o método de avaliação é maioritariamente por exame (pelo menos no 1º semestre).

Achas que o teu Mestrado está bem estruturado?

Sim.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Algumas UC podem ser reestruturadas para serem mais organizadas em termos de conteúdos e gostava que houvesse um método de avaliação mais completo e mais desafiante

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido neste/s ano/s em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

Definitivamente: o meu professor de micologia médica que dá aulas na faculdade de Brighton em Londres conhecia o avô dos meus primos (Prof.Doutor Nicolau van Uden, investigador IGC pai do estudo das leveduras em Portugal); esse professor conhecia ainda uma das minhas professoras de licenciatura quando referi a minha faculdade de origem e eu por acaso tinha almoçado com essa professora nessa mesma tarde. 

O que tiveste em consideração na escolha do teu Mestrado?

O meu gosto por microbiologia clínica, por doenças infecciosas

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um Mestrado?

O primeiro semestre consegue ser bastante duro, mas não desmotivem porque é incrível as pessoas que conhecem, conhecer o trabalho que se faz em Portugal e a experiência que se ganha. 

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião? 

Claro que sim, o meu nome é Lourenço Bonneville, podem contactar-me por qualquer rede social minha.

 

Joana Jesus: Mestrado em Oncobiologia

Joana Jesus é aluna do Mestrado em Oncobiologia da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teórica ou para a prática?

Essencialmente, eu diria que a maioria das UC’s são mais teóricas, no entanto os professores esforçam-se para dar exemplos de experiências pessoais

As UC’s são um bom complemento à parte prática?

Infelizmente, o mestrado não tem uma parte prática, apenas o ano da dissertação em que temos 12 meses num laboratório para desenvolver a tese final.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

O mestrado está muito ligado ao Hospital Santa Maria, sendo que a maioria dos nossos professores são médicos no mesmo. Para além disso, uma das UC’s envolve passar 6 dias em dois laboratórios diferentes (3 dias em casa), tendo ainda a oportunidade de passar um dia no serviço de oncologia do hospital! Para escolher estes laboratórios é oferecida uma lista com laboratórios do iMM e da Fundação Champalimaud, pelos quais os alunos se dividem.

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Quanto ao mercado de trabalho, não posso dizer que sim. Muitos dos estudantes deste mestrado tendem a já ser médicos que decidem expandir os seus conhecimentos nesta área, por isso a eles não lhes faz grande diferença. No entanto, foi através desta conexão com a Fundação Champalimaud que descobri o laboratório onde depois escolhi desenvolver a minha tese! Assim, acredito que continue a ser uma das melhores oportunidades que o mestrado oferece.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Mais uma vez, muitos estudantes já são alunos de medicina e médicos formados, tanto que o mestrado em si está muito virado para a parte clínica da oncobiologia. No entanto, para quem vem de outros cursos na área de biologia, bioquímica, etc, o mestrado não vos dará muitas mais opções do que investigação, a não ser que a vossa licenciatura já vos tenha dado outras opções e nesse caso é um complemento aos conhecimentos que já tinham adquirido.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

A única informação que obtive foi através do site da faculdade, que deve ser muito bem explorado para se saber os detalhes todos! Contudo, devo avisar que o mestrado apenas abre de 2 em 2 anos, pelo que não se espantem se a informação que vos aparecer parecer desatualizada. Eles só costumam colocar novas informações por volta de Maio do ano em que o mestrado abre (que será este de 2020).

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Foi uma área que sempre me interessou e, ao longo da minha licenciatura, ganhei ainda mais curiosidade sobre o tema, pelo que decidi que gostaria de seguir investigação dentro do mesmo.

Estás a gostar do teu mestrado?

Sim e não. É uma pergunta complicada, na verdade. Para quem veio de Biologia Celular e Molecular, foi um pequeno choque ter aulas tão viradas para a clínica. Não foram difíceis de acompanhar e nunca entraram a um detalhe que só se se justifica para alunos de medicina, mas é sempre uma adaptação que temos de fazer, tanto na forma de estudo, como na forma como pensamos. Mas isso não quer dizer que seja mau.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Honestamente, sinto que ter um lado mais clínico me ajudou a pensar como é que posso conciliar a investigação com a clínica, e até me deu um pensamento mais crítico em relação a projetos de investigação.

E negativos?

O preço e a estrutura/logística. Não é que seja dos mais caros em Portugal, mas mesmo assim é uma grande diferença em relação a licenciaturas (no ensino público). No total dos dois anos, são 4900 euros se não me engano. Agora, eu entenderia este preço se tivéssemos aulas práticas, até porque só existem 10 vagas (normalmente eles aceitam 13/14 alunos até) por isso se somos menos, eles vão cobrar mais para não haver “prejuízo”. Mas é uma faculdade pública, um mestrado que não tem aulas práticas e que, sendo 100% honesta, está logisticamente mal estruturado. 

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Tal como disse antes, não. Algumas aulas são repetitivas, ou seja, demos matéria em certas aulas que foi repetida noutras em que podíamos estar a aprender mais. Depois houve imensas mudanças de horário ao longo do ano, que por vezes coincidiam com planos já feitos pelos alunos em relação ao horário enviado anteriormente (ao todo tivemos 12 versões de horário). Para além disso, o mestrado está estruturado de uma forma que, inicialmente, deveria ajudar os alunos a ter mais tempo para estudar para os exames, pois nunca temos mais do que 2 cadeiras ao mesmo tempo (que costumam durar em média 1/2 semana) e depois temos o exame na semana seguinte a termos terminado essas cadeiras. O problema foi que certas cadeiras pediam trabalhos e não exames, outras mudavam o exame de sítio, e no final já estávamos a ser sobrecarregados com deadlines e exames ao mesmo tempo. Os professores não foram particularmente compreensivos com as nossas queixas.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Essencialmente, tudo era mais fácil se os professores e entidades responsáveis pelo mestrado fossem mais compreensivos e aceitassem as críticas que fomos fazendo ao longo do ano, nomeadamente sobre datas de exames, exames que tinham matéria nunca antes lecionada e outras logísticas mínimas que teriam elevado a qualidade do mestrado se fossem bem executadas.

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

Isto não é específico ao mestrado, mas aos anos de estudo em geral: aproveitem o que as faculdades vos dão. Núcleos, associações, comissões de organização de eventos, etc. Inscrevam-se, aproveitem. As notas são importantes, é verdade, e detesto que me digam que não, porque somos avaliados por alguma razão. Mas todas estas atividades extracurriculares vão fazer-vos crescer imenso, seja em responsabilidade, gestão de tempo ou simplesmente crescimento pessoal em relação a como veem as coisas. E no final de contas, os empregadores irão escolher quem mostra ser mais proativo. Acreditem, não pensem que não serve de nada terem outras vivências para além dos PowerPoints das aulas.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

Queria algo que conciliasse a investigação com a clínica, pois sentia que me faltava um pouco da última.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Vai sempre parecer difícil, até olharem para trás e se aperceberem que não era. Por isso tenham calma.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

https://www.facebook.com/joana.jesus.311 Podem mandar mensagem à vontade 😊

Tiago Cidade: Mestrado em Ecologia Marinha

Tiago Cidade frequenta o primeiro ano do Mestrado em Ecologia Marinha, na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

As UC’s são essencialmente voltadas para um regime teórico mas incluem, na sua maioria, uma vertente prática aplicada.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Sim.

Que UC’s de laboratório tens?

Não tenho UC’s de laboratório.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Sim, com o Oceanário de Lisboa.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Empresas e instituições públicas com atividade nos domínios de ordenamento e gestão do ambiente costeiro e oceânico; empresas ligadas à economia azul, nas áreas dos cultivos marinhos, do turismo, da biotecnologia ou da energia do oceano e instituições de ensino superior e de investigação.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

O site da faculdade contém toda a informação necessária.

O que te fez seguir este mestrado?

Sempre me atraíram as áreas da Biologia e Ecologia Marinha, pelo que decidi frequentar o meu mestrado para expandir os meus conhecimentos nessas áreas.

Estás a gostar do teu mestrado?

Sim, estou a gostar bastante.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Permite-me integrar conhecimentos importantes nas áreas de planeamento e ordenamento do espaço marítimo, avaliação ambiental e gestão de recursos vivos e não vivos do Oceano.

E negativos?

O mestrado é bastante focado numa componente teórica, pelo que a componente prática ainda é pouco desenvolvida.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

De uma forma geral sim.

O que poderia ser reformulado no mesmo?

A inclusão de unidades curriculares que explorem uma vertente de campo de forma mais aprofundada.

Há alguma vivência que tenha ocorrido neste ano em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

A minha primeira aula decorrida no Oceanário de Lisboa foi uma experiência gratificante. Poder observar todo um trabalho teórico-prático desenvolvido em permanente contacto com as espécies marinhas residentes foi uma experiência muito enriquecedora.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

As áreas que mais me agradavam e a possibilidade de contactar com novas pessoas e experiências que pudessem enriquecer a minha formação académica e profissional. 

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

O meu conselho seria: escolham uma área que vos interesse e motive a querer ser melhores profissionais no futuro.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Sim, podem-me contactar através do Facebook.

 

 

David Almeida: Mestrado em Data Science

David Almeida frequenta o primeiro ano do mestrado em Data Science, em Lisboa, e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

A grande maioria das UC’s que envolvem competências informáticas têm uma componente prática. As cadeiras mais teóricas serão aquelas na área da matemática e estatística.

As UC’s são um bom complementos à componente prática?

As aulas teóricas e aulas práticas de cada UC são sempre de acordo com o programa da UC, de modo a termos preparação prática nos conteúdos teóricos que vamos aprendendo.

Que UC’s de laboratório tens?

Não existem UCs de laboratório. Os “laboratórios” são aulas práticas no computador e projetos de programação. O maior “laboratório” que existe será o 2º ano de dissertação ou projeto.

Na tua opinião, as aulas estão a preparar-te bem para o teu futuro?

Em parte, sim. Preparam-me no sentido de ter a meu dispor referências rápidas a ferramentas que posso vir a usar no futuro. Em geral, os exemplos são mais casos educacionais do que casos reais, visto que, na maioria da vezes, o tratamento de dados reais é um processo lento e trabalhoso. Obviamente, os projetos, se bem desenhados, implicam uma quantidade substancial de trabalho e pensamento crítico sobre os conteúdos da UC que servem como avaliação prática de conhecimentos. 

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Não propriamente, trata-se de um mestrado exclusivo da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. No entanto, inúmeras propostas de projetos de dissertação de mestrado são fornecidas por empresas e entidades interessadas nos alunos do mestrado.

Na tua opinião, essas ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Definitivamente. As empresas entram logo em contacto com o nosso trabalho se decidirmos ingressar no projeto deles e torna-se logo uma oportunidade de ficarmos por lá ou de ganhar novos contactos.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

A lista das saídas profissionais que não esperam os alunos deste mestrado será mais curta. É um curso na área da informática e traz as vantagens de empregabilidade da área. É uma formação transversal a todas as áreas de atividade humana, desde a biologia (bioinformática, biologia computacional) à economia e aos negócios. É uma das áreas mais em voga e é cada vez mais procurada, com a explosão de dados nas últimas décadas.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

O website da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa tem informações até bastante detalhadas sobre o mestrado, com pormenores sobre cada UC do mestrado lá colocados pelos docentes em cada ano letivo. Em geral, aconselho sempre a tentarem contactar o/a coordenador(a) do(s) mestrados que ponderam.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

A minha indecisão: gosto de todas as áreas do conhecimento e este mestrado é talvez a coisa mais próxima de um treino universal para trabalhar onde quiser, sem ter de tão cedo me comprometer a algo: os dados são comuns a qualquer área científica, e ajuda que eu goste de programar.

O meu sentido de responsabilidade cívica: o poder dos dados foi usado em campanhas políticas para eleger um tirano cor de Cheetos no outro lado do Atlântico e para retirar as ilhas Elizabete II da União Europeia; senti que informar-me e trabalhar na área me permitia poder chamar à atenção para estas ameaças à democracia, que todos os dias pioram.

A minha experiência prévia: aproveitei a licenciatura para fazer dois estágios – o primeiro em Neurociências na Fundação Champalimaud, e o segundo em Modelação de Redes Biológicas no Instituto Gulbenkian de Ciência – para assegurar que tinha experienciado um pouco de tudo; nada melhor que experiência no terreno para tomar estas decisões.

Estás a gostar do teu mestrado?

Definitivamente, e gosto ainda mais dos amigos que cá fiz. Está a ser uma experiência completamente diferente da licenciatura, e se há coisa que gosto é de sair da minha zona de conforto. Mesmo quando sinto dificuldades, sinto que estou a aprender novas coisas e que estou a adquirir novas competências.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

A possibilidade de escolher várias UCs optativas, criando um plano curricular bastante personalizado comparado com outros mestrados. Pelo menos do que observei, há também bastante flexibilidade na mudança das UCs optativas se estivermos descontentes ou preferirmos outra UC na qual haja vaga. O ambiente diversificado de alunos promove um intercâmbio excelente de ideias, perspetivas e conhecimentos. O contacto com vários profissionais na área através de seminários, palestras e eventos dos departamentos da Faculdade.

E negativos?

A carga horária de algumas UC’s é grande e se quisermos escolher várias UC o semestre pode tornar-se infernal. Sendo que as UC’s podem ser avaliadas por trabalhos/projetos e testes ou exame final, há a possibilidade real de trabalharmos durante meses seguidos sem grande descanso. Os projetos também calham frequentemente nas mesmas alturas do semestre, sendo divulgados mais pela 2ª metade. Também é difícil escolher UC’s tão cedo nas inscrições sem ter bem ideia do seu funcionamento e detalhes, por isso falar com ex-alunos é aconselhado.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Como acontece muitas vezes em mestrados multidisciplinares que envolvem diferentes departamentos, o mestrado foi montado a partir de UC’s já existentes na FCUL, com a adição de algumas UC’s específicas ao curso. O primeiro semestre dá definitivamente as bases necessárias para uma compreensão geral do que é a ciência de dados e as suas aplicações, tal como competências básicas na área. O segundo semestre toca em assuntos mais avançados e específicos dentro da enormidade de temáticas que data science engloba.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Infelizmente, a distribuição de UC’s opcionais por grupos e semestres limita o perfil ideal que possamos querer. Devido ao ritmo das aulas nalgumas UC’s, há conteúdos que poderiam ser mais aprofundados ou explorados mais além e que, em vez disso, ficam aquém da expectativa. No entanto, a mais-valia de um mestrado nesta área é que nada nos impede de explorar esses temas em casa em regime auto-didata.

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido neste ano a estudar em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

*cough* COVID-19 *cough*

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

A localização (queria ficar por Lisboa por motivos pessoais, e por estar já bem familiarizado com o ambiente científico e centros de investigação da área), as propinas (I’m not a millionaire, e não é por ser mais caro que um curso é necessariamente melhor, falo por experiência própria, há muita política interna às Universidades que rege estas decisões…).

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Já dizia o MIKA: “Relax, take it easy!”. Tanto a licenciatura, como o mestrado, como até, possivelmente, o doutoramento, e todos os passos intermédios e futuros, não são uma sentença daquilo que vão fazer para sempre. Mais que nunca, o mercado de trabalho é dinâmico e flexível, e uma escolha hoje não implica um compromisso definitivo amanhã.

Take it from me, um biólogo molecular, a formar-se em informática, que vai fazer a tese sobre ciências sociais num centro de investigação de física de partículas.

Há tempo para tomarem as decisões que querem e não têm de se sentir 100% certos de tudo a toda a hora. Só têm de estar atentos ao vosso instinto em relação aquilo que querem e gostam de fazer.

O CV é muito bonito, as boas notas são a cereja no topo do bolo, mas o melhor CV é aquele que é montado por experiências enriquecedoras que vos fizeram crescer verdadeiramente e vos puseram fora da vossa zona de conforto, vos abriram os olhos e criaram oportunidades.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Sou David Almeida no Facebook (facebook.com/david.almeida.92317), Instagram (instagram.com/almeida.d.c) e LinkedIn (linkedin.com/in/david-almeida-7a0067146).

João Salazar: Mestrado em Biologia Marinha

João Salazar terminou em 2019 o Mestrado em Biologia Marinha, da Universidade do Algarve, e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

As UC’s do mestrado de Biologia Marinha na Universidade do Algarve estão fortemente ligadas á componente prática. A UAlg está localizada muito próxima da Ria Formosa onde se realizam imensas actividades de campo. Muitas das aulas práticas e dos grupos de investigação dedicam muitos recursos e tempo á conservação de espécies e habitats da Ria Formosa.

Que UC’s de laboratório tiveste?

Praticamente todas as disciplinas têm uma componente laboratorial. O mestrado tem na sua estrutura alguns créditos (ECTS) que ficam ao critério do aluno, o que permite personalizar os estudos em função das áreas de maior interesse. Com base nas minhas escolhas, as UC de laboratório que tive hipótese de realizar incluíram técnicas laboratoriais dedicadas á biologia molecular (PCR, ELISA, SDS-PAGE) bem como, técnicas de conservação de espécies e quantificação da produtividade de ecossistemas.

Na tua opinião, as UC’s de laboratório preparam bem para o futuro?

Sim, penso que a qualidade do ensino é alta e o mestrado tem um programa de UC dinâmico e exigente. O nível de conhecimentos é alto e detalhado, e o mestrado abrange muitas áreas da biologia marinha o que prepara muito bem os alunos para um futuro que pode ir desde a investigação fundamental a trabalhos na área de microbiologia, conversação e monitorização de espécies.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

O mestrado de biologia marinha da universidade do Algarve está inserido e é lecionado no CCMAR, o centro de ciências do Mar do Algarve. Nesta instituição os professores que lecionam as aulas são também os principais investigadores dos centros de investigação. Aqui, é realizada ciência reconhecida internacionalmente nas mais variadas áreas da biologia marinha: Pescas, Aquacultura, Desenvolvimento embrionário de espécies marinhas, biotecnologia, microbiologia marinha, genética e evolução. Dentro deste universo de disciplinas há de facto muitas empresas que recorrem ao CCMAR para realizar a sua investigação em projetos de parcerias em que os alunos dos mestrados são incentivados a participar realizando as suas teses ou dando os primeiros passos no laboratório.

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Sem dúvida, esta parceria CCMAR e empresas é muito benéfica para todos. Os alunos, como foi o meu caso, desde que mostrando interesse, são encaminhados para os laboratórios das áreas que mais gostam e aí aprendem ferramentas fundamentais para a sua formação profissional. Por outro lado, dependendo dos projetos e empresas que os financiam os alunos podem ter depois a oportunidade de conquistarem bolsas de investigação ou trabalharem diretamente em empresas.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentaste?

O mestrado em biologia marinha é muito amplo nas suas ofertas educacionais, o que significa que os alunos que o terminam com sucesso estão aptos a desempenhar várias funções. O CCMAR tem um centro de mergulho científico onde são feitos cursos de mergulho científico e projetos de conservação de espécies (cavalos marinhos, molúsculos) ou habitats (pradarias marinhas). Portanto, ser mergulhador é uma saída profissional real após terminar este curso. Fora isso, há todo um universo de oportunidades que eu penso que estarão sempre intrinsecamente ligadas á investigação e desenvolvimento (R&D) e à ciência fundamental nas áreas que referi em cima.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Toda esta informação pode ser obtida explorando o site da universidade do Algarve, no separador do Mestrado: https://www.ualg.pt/pt/curso/1433

O que te fez seguir este mestrado?

Tive um bom professor na licenciatura que me introduziu á atividade de mergulho. Depois com a oportunidade de estagiar no Oceanário de Lisboa fez todo o sentido para mim continuar nesta área da Biologia Marinha.

Gostaste do teu mestrado?

Terminei em 2019, depois de apresentar a tese e olhando para trás este mestrado abriu-me um leque de oportunidades profissionais que eu nunca ponderei sequer, foi das melhores decisões que já tomei.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Muitas aulas práticas, Professores muito conhecedores das matérias que lecionam, muita ciência de qualidade reconhecida internacionalmente.

E negativos?

A época de exames é curta para tanta matéria.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Penso que sim.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Talvez adicionar uma disciplina na área da Economia do Mar.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

A oferta curricular e a ciência realizada na universidade. O custo de habitação também pesou na minha decisão. 

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Não deixem que as vossas dúvidas ou ansiedades limitem o vosso progresso e as experiências pessoais. Atirem-se de cabeça!

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Deixo o meu email joao.miguelrs@hotmail.com

 

Patrícia Passinha: Mestrado em Biologia da Conservação

Patrícia Passinha concluiu o Mestrado em Biologia da Conservação, da Universidade de Évora, em 2018 e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

O Mestrado de Biologia da Conservação da Universidade de Évora tem aulas teóricas e práticas, um ponto positivo é que as disciplinas mostram sempre como é que a matéria é aplicada ao “mundo real” com vários exemplos de projetos de investigação, não só nacionais como internacionais.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Sim. Ao contrário da minha licenciatura, no mestrado não temos aulas dedicadas só à parte prática, mas tivemos muitas saídas de campo. Os professores utilizavam as saídas de campo para nos dar matéria ou consolidar os conceitos teóricos. Tivemos uma cadeira totalmente prática, em que a componente teórica foi dada com o que estávamos a fazer. 

Que UC’s de laboratório tiveste?

No mestrado de Biologia da Conservação não temos aulas laboratoriais, o nosso laboratório é no campo. As nossas UC’s são dadas em módulos, em todas os professores fazem pelo menos uma aula totalmente no campo (1 dia). Temos uma UC totalmente prática (Práticas e Técnicas de Amostragem de Fauna). Para além disso, em vários momentos temos a oportunidade de pôr em prática o que aprendemos. 

Na tua opinião, as aulas práticas prepararam-te bem para o teu futuro?

Depende da área em que queiramos trabalhar. Se queremos trabalhar com animais aquáticos, por exemplo, não temos muitas aulas sobre o tema. No meu caso, as aulas foram um bom complemento ao meu trabalho na dissertação. As aulas dão-nos uma boa visão geral dos vários caminhos que podemos seguir. No 2º ano (dissertação de mestrado), conseguimo-nos focar no que queremos para o futuro e aí trabalharmos e prepararmo-nos. A parte das UC’s é mais focada para investigação, mas temos também a visão empresarial.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Sim, para além de todas as unidades de investigação da Universidade de Évora, os nossos professores conseguem-nos pôr em contacto com vários investigadores de todo o país. O Mestrado de Biologia da Conservação tem uma parceria com a Ambios e disponibiliza uma mobilidade Erasmus + no Reino Unido, por 3 meses.

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Como facilmente conseguimos contactar por via direta com várias unidades de investigação do país e ter contacto com projetos de investigação internacionais, acho que conseguimos ter uma visão das várias áreas de trabalho.

Sendo que a escolha da nossa dissertação é a primeira porta que temos para conseguir entrar no mercado de trabalho, mas não nos temos de limitar. Mesmo após o mestrado os professores continuam disponíveis para nos ajudar e aconselhar.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentaste?

A maioria dos estudantes quer seguir investigação no futuro. Alguns até concorrem logo a doutoramento após o mestrado. No entanto, não estamos limitados a investigação, podemos ir para trabalhos de empresas, como avaliação dos impactos ambientais, educação ambiental, guia de natureza, entre outros.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Podem consultar o Facebook do mestrado (https://www.facebook.com/mbc.uevora) , ou se tiverem alguma dúvida concreta, podem sempre contactar o Coordenador responsável do Mestrado (Paulo Sá Sousa [psasousa@uevora.pt] ). 

O que te fez seguir este mestrado?

Sempre quis ir para uma área relacionada com ambiente, principalmente fauna. Ao longo da licenciatura fiz vários estágios e voluntariados em diferentes áreas para perceber o que gostava. Ao falar com os professores sobre os trabalhos deles percebi que queria fazer o Mestrado em Ecologia ou Biologia da Conservação, mas no final optei por uma maior especialização e pelo plano de estudos da Universidade de Évora. 

Gostaste do mestrado?

Eu adorei o mestrado. Como era uma área que eu sabia que me interessava muito todas as aulas foram bastante interessantes e de alguma forma sabia que iriam estar relacionadas com o meu futuro. O facto de termos várias saídas de campo não só nas aulas como fora, conseguirmos estar em contacto com unidades de investigação e a disponibilidade dos professores, foram fatores que me deram a experiência excelente que tive. 

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Durante o meu percurso académico de Biologia, sempre fui pelo caminho mais de “campo”, a parte animal e ambiental sempre foi a que me despertou mais interesse. No mestrado sinto que os conceitos que aprendi já tinham sido falados na licenciatura, no entanto com professores diferentes e numa região diferente, a matéria foi dada com exemplos adaptados à região, aos projetos de conservação mais conhecidos dos professores e isso foi uma grande mais-valia para termos outros pontos de vista.

E negativos?

Agora acho que está diferente, na altura quando nos mostraram as propostas de dissertação ficámos muito tristes porque nas propostas não havia grande envolvimento na recolha dos dados, que é a parte mais interessante e prática. Isto aconteceu porque na altura em que entrei o mestrado ainda era de um ano e meio, então as dissertações eram mais curtas (6 meses). Agora o mestrado já é de dois anos, por isso penso que já não acontece. No entanto, os professores foram muito disponíveis para os alunos mostrarem as ideias e se conseguissem porem-nos em contacto com investigadores nas áreas de desenvolvimento da dissertação, dentro ou fora da universidade. 

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Sim, o mestrado é feito por módulos, e de uma forma condensada. Não tínhamos aulas todos os dias, tínhamos dois a três dias completos na semana. O que me ajudou a ter tempo para fazer alguns trabalhos por conta própria enquanto estava no mestrado. Um dos pontos positivos que destaco é no segundo semestre termos uma UC de apoio ao início da dissertação, no final do ano acabamos com vária literatura recolhida, os métodos e os resultados esperados do trabalho já bastante desenvolvidos. Isso ajudou-me muito quando comecei a escrever a dissertação.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Na altura que fiz, acabei em 2018, senti que haviam optativas que eu tinha interesse em fazer as duas, mas estavam sobrepostas, pois em termos de créditos apenas precisávamos ou de uma ou outra. Gostava que houvesse uma maior oportunidade de realizar as diferentes cadeiras, mesmo que no final fossem créditos extra.

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estudaste e que gostasses de partilhar?

Na altura da dissertação tivemos várias peripécias. Eu estava metade do mês no campo, na região Norte, a fazer a parte prática da dissertação. Uma noite em que tivemos de fazer amostragem de morcegos, fomos por um caminho no meio da Serra que nos parecia estar bom, até que a dada altura começamos a ver muita lama e não havia sítio para dar a volta. A nossa carrinha ficou presa na lama, tentámos de tudo para a tirar, não havia sítio para utilizar o guincho da carrinha e tentar sair. Era cada vez mais tarde e tivemos de ligar aos bombeiros. Após toda a complicação que foi darmos as coordenadas do local onde estávamos, era 1 hora da manhã quando eles nos encontraram. Depois de vários trabalhos, lá nos conseguiram tirar a carrinha e voltámos para o sítio onde estávamos alojados. No dia seguinte, uma senhora que limpava os quartos, disse-nos: “Então vocês ontem ficaram atolados na lama?”. Começámos a pensar que tínhamos sujado o quarto todo, já a ficar envergonhados, mas não, o bombeiro era irmão dela e tinha contado a história, que um grupo de jovens os tinha chamado para o meio da serra. Percebemos que esta aventura já era sabida por várias pessoas da cidade! Na altura ficámos preocupados, mas agora são memórias divertidas e ficam sempre os bons momentos, companheirismo e a simpatia de todas as pessoas que nos ajudavam. 

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

O plano de estudos, li as descrições das cadeiras e se haveria aulas práticas ou não. Falei com os meus professores da licenciatura que também me aconselharam este mestrado. Tive a oportunidade de falar com uma antiga aluna do mestrado e com professores do mesmo. Todos esses pontos foram construindo a minha escolha. 

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Pesquisem bem, leiam as descrições das cadeiras, se tiverem oportunidade falem com antigos alunos e profissionais da área, mandem mail aos coordenadores com dúvidas. Candidatem-se a uma área que gostem realmente, lembrem-se que vão ser dois anos a trabalhar nessa área, por isso se nos vamos ter de esforçar, mais vale ser em algo que nos interessa realmente. 

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Qualquer dúvida que tenham, ou se precisarem de ajuda, podem-me mandar email à vontade! Também já estive no lado de escolha de mestrado e falar com alunos e mestres ajuda muito. patriciapassinha2@gmail.com

 

Patrícia falou-nos também um pouco do mestrado que frequenta atualmente:

Atualmente, estou a trabalhar num Centro de I&D, na área de comunicação de ciência, onde realizo atividades científicas de educação informal e ambiental. Em 2019, tive a oportunidade de começar um novo mestrado, numa área que também me interessa, a Comunicação de Ciência, é transversal a qualquer área de ciências, e sentia que gostava de ter o meu conhecimento na área em que trabalho validado pelas aprendizagens do mestrado. Estou no 1º ano do Mestrado de Comunicação de Ciência da Universidade Nova de Lisboa – FCSH. É uma área muito importante para qualquer pessoa que trabalhe em ciência, podemos ser ótimos profissionais e fazer a maior descoberta do país, mas se não conseguirmos passar a nossa mensagem a “maior descoberta” pode quase passar despercebida, obviamente que é um exagero, mas a comunicação pode fazer a diferença. Neste mestrado as disciplinas são de várias áreas da comunicação de ciência, como jornalismo de ciência, educação informal, comunicação estratégica, multimédia, entre outras. Temos várias partes práticas, e os nossos trabalhos são na sua maioria práticos, que nos obrigam a falar com diferentes pessoas, instituições e áreas científicas. 

Não é um mestrado tanto virado para a investigação, mas sim como apoio à investigação, com saídas profissionais como jornalismo de ciência, gabinetes de comunicação de universidades e centros de I&D, projetos de educação científica, entre bastantes mais saídas profissionais. 

Carlos Figueira: Mestrado em Bioinformática

Carlos Figueira frequenta o primeiro ano do Mestrado em Bioinformática, da Universidade do Minho, e falou um pouco acerca do mesmo:

 

Ao longo da minha licenciatura em Biologia Aplicada os docentes repetidamente apontavam bioinformática como o futuro da biologia. Assim, no final da licenciatura, e apesar de ter interesse em vários mestrados, o Mestrado em Bioinformática pesou no leque de possíveis escolhas. No fim, o Mestrado em Bioinformática prevaleceu sobre os demais devido à sua taxa de empregabilidade, aliada a uma certa probabilidade de estabilidade profissional.

Em retrospetiva, considero-me satisfeito com a escolha. Se é certo que o mestrado exige uma grande dedicação, bem como trabalho contínuo e sistemático; existe por parte dos docentes disponibilidade para apoiarem os alunos. Acresce que as dinâmicas de aprendizagem estimulam uma grande interação entre todos os alunos, o que ajuda a criar um espírito de grupo saudável, melhora as nossas capacidades de trabalho em equipa, e beneficia a aprendizagem.

 

Estruturalmente o Mestrado em Bioinformática está divido em dois ramos: Tecnologias da Informação e Ciências Biológicas. Aquando da candidatura os alunos selecionam o ramo que complementá a sua formação base. Ou seja, um aluno de Ciências Biológicas em princípio selecionará o ramo de tecnologias da informação.

 

O primeiro ano do Mestrado em Bioinformática engloba onze unidades curriculares (UCs) obrigatórias: seis no primeiro semestre, e cinco no segundo. Ainda que o número de UCs possa parecer elevado, estas são imprescindíveis e necessárias para uma formação sólida em bioinformática. Maioritariamente as UCs seguem uma dinâmica de ensino baseada na implementação prática de conteúdos lecionados, muito com recurso à colaboração entre alunos.

É este grande volume que permite aos alunos enveredarem por diversas vias profissionais no final do mestrado, incluindo investigação ou trabalho em empresas, em áreas tão distintas como modelação, data science, e desenvolvimento e/ou utilização de software. A alta empregabilidade e o alargado leque de opções são, assim, resultado direto da multitude de áreas abordadas ao longo do mestrado.

 

No segundo semestre do primeiro ano, os alunos escolhem um projeto para desenvolverem durante todo o semestre. Este trabalho é acompanhado por um orientador, que acompanha as várias etapas de desenvolvimento do projeto. O projeto permite-nos aplicar os conhecimentos adquiridos a um tema específico. Permite-nos, ainda, ter contacto direto com investigadores e docentes do departamento.

No segundo ano os alunos do mestrado participam na organização das Bioinformatic Open Days (BOD). As BOD são um simpósio, já com nove edições, que promove o intercâmbio de conhecimento entre alunos, docentes e investigadores. Durante as BOD, os participantes têm oportunidade de contactarem diretamente com empresas, investigadores, e palestrantes convidados.

.Os programas das várias edições das BOD são um bom recurso para se compreenderem os vários temas e áreas para os quais a bioinformática contribui.

O site do Mestrado em Bioinformática da Universidade do Minho (https://bioinformatica.di.uminho.pt/) é bastante útil para esclarecer dúvidas sobre o mestrado. No entanto, da minha experiência, a gestão do mestrado é solícita a responder a questões ou dúvidas adicionais. Por isso não hesitem em contactar.

Tomás Werner: Mestrado em Genética Molecular

Tomás Werner frequenta o primeiro ano do Mestrado em Genética Molecular, da Universidade do Minho, e falou-nos um pouco acerca do mesmo:

 

Em geral, o mestrado oferece um aprofundamento no conhecimento de como os sistemas biológicos funcionam ao nível genético e molecular e visa ensinar como nós, cientistas, podemos tentar desvendar os mistérios da vida através de várias técnicas e formas de pensar.

Temos quatro UC’s obrigatórias que exploram a engenharia genética (como pensar e executar), mecanismos de regulação celular (uma vista sistemática de todos os níveis de regulação celular e como aos diferentes níveis podem ser estudados), as diferentes ómicas (ilustra a importância de ter em vista o todo e explica como processar informação de forma a ser inteligível) e técnicas importantes de análise em microbiologia (aprofunda a citometria e a microscopia). Todas as UC’s abrangem vários organismos modelo, discutindo as vantagens, desvantagens e técnicas específicas de cada um. 

Nas partes teóricas das UC’s, a componente prática é muito prevalente, sendo que o objetivo é aprender o que fazer, como fazer e o porquê de fazer.

Ao nível prático, as UC’s elaboram o que foi ensinado nas teóricas, demonstrando as técnicas discutidas em aula, desenvolvendo os temas ao explicar o porquê de cada passo e ensinando a discutir e analisar os resultados obtidos. Se te dedicares e aplicares para tirar bom proveito das aulas práticas, consegues sair com um conhecimento detalhado das técnicas. 

O mestrado promove um futuro em investigação, focando no ensino de técnicas práticas utilizadas em investigação com diversos organismos e em vários temas. Apesar disto, o curso tem saídas mais práticas em quaisquer áreas em que genética e a sua aplicação ao nível molecular possa ser relevante.