André Lima é aluno do Mestrado em Bioquímica – Especialização em Bioquímica Clínica, na Universidade de Aveiro, e falou-nos um pouco acerca do mesmo.
Poderias descrever o teu mestrado? As unidades curriculares são mais voltadas para a teoria ou para a prática?
O mestrado em Bioquímica da Universidade de Aveiro está dividido em três especializações/ramos: Bioquímica Clínica, Métodos Biomoleculares e Bioquímica Alimentar. O plano curricular do 1º ano depende da especialização, havendo unidades curriculares comuns e específicas para cada ramo, com o 2º ano a ser igual para todos já que envolve dissertação, projeto ou estágio. Este mestrado tem a vantagem de ter duas unidades curriculares de opção no 1º ano, o que significa que podes escolher quais pretendes ter desde que sejam da área da Bioquímica/Biologia/Biotecnologia. Outro ponto positivo do mestrado em geral é conter tanto de teórico como de prático (50/50), existindo uma boa aplicação dos conhecimentos teóricos a nível prático. Ainda assim, depende da especialização e das unidades curriculares de opção escolhidas, o que é bom porque podes definir o que pretendes tanto a nível de conhecimento como a nível teórico/prático.
O que podes dizer acerca da componente laboratorial?
No meu caso e como estou a terminar o 1º ano do mestrado na especialização de Bioquímica Clínica, das dez unidades curriculares que tive/tenho, cerca de seis baseiam-se em componente prática. As minhas duas unidades curriculares de opção são de componente prática por escolha própria e por querer apostar nesse conhecimento. A nível laboratorial, abordamos muito técnicas e conceitos que recebemos nas componentes teóricas. É feito um esforço para tentar replicar o que acontece em ambiente de investigação/empresarial e dar a perceber os princípios por detrás das técnicas. Os trabalhos práticos em si são também diversificados e com diferentes objetivos. No geral, estou satisfeito com a formação que estou a receber e sinto que ganhei ferramentas úteis a nível prático para o futuro.
O teu mestrado apresenta colaborações com outras universidades/instituições? Como podem ser úteis?
No 2º ano para a realização de estágio existem algumas colaborações nesse sentido e em diferentes áreas. Ainda assim, podemos fazer propostas de estágios para empresas/institutos que pretendemos, caso essa colaboração ainda não exista, e tentar a realização de um estágio nesse lugar. A nível de dissertações, poderão também existir colaborações nesse sentido. Fora disso, existem unidades curriculares onde temos oportunidade de receber palestras/aulas com especialistas que mostram o seu trabalho.
Penso que é benéfico tentar perceber ao máximo o que acontece fora da nossa zona de conforto. Essas ligações são importantes porque nos dão a conhecer outras realidades de estudo e/ou trabalho, e consequentemente aprendemos com isso. Nem que seja para percebemos aquilo que gostamos ou não gostamos. No entanto, a escolha é sempre nossa e determinar aquilo que podemos fazer é sempre bom.
Que saídas profissionais pode esperar um estudante que complete o mestrado que frequentas?
O mestrado está preparado para prosseguir o meio da investigação ou o meio empresarial, fornecendo ferramentas para ambos. Dependendo do objetivo, a escolha entre dissertação e estágio direciona-te para essas saídas, havendo também sempre a opção de continuação dos estudos para doutoramento. Penso que isso terá a ver com o interesse de cada um, mas este mestrado oferece bons conhecimentos para qualquer que seja a tua escolha.
Para um estudante que esteja interessado no teu mestrado, onde aconselhas a procura de informação?
O site da universidade dá-te a informação a nível académico, sendo que é importante escolheres um mestrado que te dê a possibilidade de ter o plano curricular que desejas e que vá ao encontro dos teus objetivos. Aconselho sempre a falar com alunos que frequentem o mestrado, uma vez que consegues tirar dúvidas mais específicas e interpretar melhor a informação. Pode também ser útil estar atento às redes sociais da universidade. Acredito que quanto mais informação, mais certezas tens da tua escolha.
O que nos podes dizer acerca das razões que te levaram à escolha deste mestrado e acerca da tua experiência no mesmo? Alguns conselhos para quem pensa ingressar num mestrado?
Escolher o nosso futuro nunca é fácil. Terminei a licenciatura em Biotecnologia na Universidade de Aveiro e comecei por fazer um levantamento dos mestrados disponíveis na minha área em algumas universidades. Após essa pesquisa e tendo em conta os meus gostos pessoais, escolhi que seguiria para um mestrado ligado à saúde. Depois de diversas comparações e conversas, optei por ficar na mesma universidade e ingressar no mestrado em Bioquímica com especialização em Bioquímica Clínica por oferecer tudo aquilo que pretendia a nível curricular e profissional e por me sentir bem na universidade em que estava. Para mim foram estes os dois principais fatores.
Estando quase a terminar o 1º ano, sei que fiz a escolha certa porque estou a obter o conhecimento que pretendia e toda a estrutura de universidade/professores tem sido muito positiva. A mentalidade de mestrado é, em parte, diferente da licenciatura e a carga de trabalho pode ser elevada, mas isso também me levou a ser mais organizado. Concordo com a estrutura do mestrado na medida em que existem unidades curriculares de opção, sendo este um ponto positivo. Tenho a sorte de também ter bons colegas, o que é sempre importante. Não fazemos o mestrado sozinhos e a convivência e ajuda dada por eles tem sido muito boa, juntamente com uma boa relação com os professores, que têm sido excelentes connosco.
Escolher um mestrado não é tarefa fácil. Pensem na decisão com tempo e vão procurando informação. As saídas profissionais e o plano curricular são uma preocupação e devem ter isso em conta, mas é importante lembrar que vão passar os próximos dois anos naquele mestrado e naquela universidade. Por muito bom que seja o mestrado, se querem ter sucesso, devem também escolher um sítio onde estejam confortáveis e se sintam bem.
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