Ana Tavanez: Mestrado em Imunologia e Inflamação

Ana Tavanez frequenta o Mestrado em Imunologia e Inflamação na Universidade de Copenhaga e respondeu a algumas questões acerca do mesmo:

Poderias descrever o teu Mestrado? As UC’s são mai voltadas para a teoria ou para a prática?

Estou a realizar um mestrado em Imunologia e Inflamação na Universidade de Copenhaga. Consiste em 2 anos: no primeiro temos apenas componente teórica (as cadeiras são dadas em blocos de 4/5 semanas, 2 de cada vez) – exceto duas ou três aulas práticas que incluem um curso certificado pela FELASA para manuseamento de ratinhos/ratos e design de experiências com os mesmos. O segundo ano consiste na realização da tese, aí desenvolvemos a nossa prática laboratorial. 

O que podes dizer acerca da componente laboratorial?

A componente laboratorial está apenas presente quando integramos um laboratório para iniciar a tese. Sinto que é algo que podia ser incluído no primeiro ano para não se perder a prática e o ritmo (tanto a nível de habilidade técnica como de escrita científica). Por outro lado, a realização da tese aqui é feita ao longo de 1 ano e não apenas de um semestre, o que acaba por compensar um pouco. 

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades? 

Com universidades não tenho a certeza, mas com alguns institutos de investigação sim. O site da universidade disponibiliza um link onde se encontra uma lista de financiamento e colaborações: https://isim.ku.dk/dansk/funding_og_samarbejde/

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Diria que sim, torna mais fácil o contacto entre instituições e a explicação do nosso background.  Diria que cria mais oportunidades. 

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Acho que o mestrado em Imunologia e Inflamação, parecendo um tópico tão restrito, é na verdade bastante abrangente. Possíveis saídas profissionais são a indústria médica e farmacêutica, hospitais, investigação ou até mesmo educação.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

O site da faculdade é bastante claro na minha opinião. No entanto, encontram alguns emails disponíveis como o do Head of Studies e o meu conselho é que não tenham vergonha de mandar emails com as vossas questões porque vão encontrar respostas super prestáveis. 

Ana falou-nos um pouco da sua experiência neste mestrado e universidade e, também, sobre o que a levou até Copenhaga:

Eu acabei a minha licenciatura em Biologia Celular e Molecular na FCT, Universidade Nova de Lisboa, e não sabia bem o que queria fazer a partir dali. Tudo parecia demasiado específico ou demasiado abrangente, no entanto gostei mesmo muito da unidade curricular de Imunologia, mas na altura não encontrei nenhum mestrado nessa área em Lisboa. Uma amiga andava a desafiar-me para estudar fora do país e conhecíamos duas pessoas do nosso curso, que já tinham terminado a licenciatura e estavam em Copenhaga a realizar o seu mestrado (que falaram super bem do ambiente de cá e da Universidade, e claro, do facto de alunos da UE estarem isentos de propinas) e foi quando decidi procurar qual a oferta de mestrados disponíveis na Universidade de Copenhaga. Surpresa das surpresas: Imunologia e Inflamação saltou logo à vista. O plano curricular pareceu bastante interessante e a Universidade é bem conceituada, foi uma decisão fácil. 

Estou a gostar do mestrado. É um ambiente totalmente diferente e um método de ensino bastante diferente daquilo a que estava habituada na FCT. É mais flexível, permitiu-me ter um melhor balanço de vida pessoal/estudos e a relação que se tem com os professores em aula é diferente: há um maior à vontade e não se sente tanto uma “hierarquia”. Com isto não quero dizer que se tenha de trabalhar pouco: As boas notas são unicamente dependentes da nossa dedicação e vontade de aprender mais por nós próprios, a partir de pesquisa e de debate de questões em aula. 

Como pontos menos positivos consideraria a falta de aulas práticas durante o primeiro ano/falta de escrita científica ou de um pequeno projeto. 

Considero que o mestrado está bem estruturado, mas claro, vão sempre existir unidades curriculares que nos despertam mais interesse do que outras ou em que achamos que o professor podia ser um bocadinho mais dinâmico na passagem de informação, mas diria que faz parte. Estou contente com a minha decisão e voltaria a escolher este mestrado. 

Para quem se vai candidatar: há sempre aqueles que sabem exatamente aquilo que querem e aqueles que estão ali no “Será que é isto? E se não for?”, o meu conselho é: apenas façam. Escolham algo que mesmo que, sem 100% certezas, vocês achem que pode ser algo que vão gostar de aprender. No pior dos cenários, descobrem algo que não querem fazer para o resto da vida, e isso também é ok. Não tenham medo de fazer perguntas e sobretudo, não tenham medo de pedir ajuda. 

Se puder ajudar, aqui fica o meu email: anaritatavanez@gmail.com ou adicionem-me no Facebook e mandem uma mensagem por lá (Ana Tavanez).