Carlos Resende: Mestrado em Biologia Celular e Molecular

Carlos Resende frequenta o primeiro ano do mestrado em Biologia Celular e Molecular, na Universidade de Aveiro, e no vídeo abaixo falou um pouco acerca do mesmo.

 

Daniel Lobo Castro: Mestrado em Estatística Médica

Daniel Lobo Castro frequenta o primeiro ano do Mestrado em Estatística Médica, da Universidade de Aveiro, e falou-nos um pouco acerca do mesmo:

No MEM (Mestrado em Estatística Médica) todas as UCs têm uma base teórica, mas são eminentemente práticas (nos PCs), não existe muita distinção entre aulas “práticas” e “teóricas” uma vez que cada aula tem um pouco das duas abordagens, o que acaba por facilitar a aprendizagem porque aplicamos quase de imediato os conceitos teóricos em software (R) durante as aulas. Por ser um mestrado com uma componente de saúde associada existirão um par de cadeiras que serão basicamente teóricas, mas, mesmo estas têm trabalhos em associação com as outras cadeiras (em que se usa o R) e, portanto, acaba-se por aplicar esses conceitos de saúde também na análise estatística. Para além do trabalho curricular formal o aluno também poderá ter a possibilidade de, por iniciativa própria, colaborar com projetos existentes, na qualidade de voluntário ou outra; o que é sempre enriquecedor para o currículo do aluno e para a sua experiência pessoal. No segundo ano curricular do mestrado, o aluno pode escolher entre fazer dissertação ou estágio, especialmente no âmbito do estágio penso que existem muitas possibilidades a nível clínico/hospitalar e empresarial, as oportunidades são variadas consoante o percurso que o aluno entender seguir dentro da estatística. De facto, a perceção que tenho é que existem boas oportunidades para estatistas (não só na área da saúde). Existe muita e boa informação sobre o MEM no site da UA (Universidade de Aveiro), se quiserem saber mais e podem sempre contactar a professora encarregue do mestrado.

A minha experiência pessoal, como aluno do MEM, tem sido muito positiva. O que me fez candidatar a este mestrado foi a minha curiosidade pela análise de dados. Já tinha tido umas luzes de bioestatística na licenciatura, mas sentia que não era suficiente e que queria saber mais. Como vim de Biologia, de início pensei que seria difícil fazer um mestrado de cadeiras com grande teor matemático; de facto tive que me esforçar um pouco para acompanhar alguns conceitos, mas, com a ajuda, dedicação e paciência de professores, acho que todos estão ao alcance do que é dado. Para além disso, o uso da programação (em software) facilita imenso o processo de aprendizagem e motivação.

O meu conselho, para todos os que estejam a pensar candidatar-se a este mestrado é: candidatem-se! Vai ser muito útil na análise de dados das vossas pesquisas na área da biologia (e não só). Comecem por ver bem o plano curricular do mestrado, vejam os conteúdos programáticos das UCs e pesquisem sobre esses conteúdos na internet (existe bastante suporte e material sobre estatística na internet) para terem uma boa ideia do que se fala no MEM.

 

Boas escolhas!

Carolina Pires: Mestrado em Biomedicina Molecular

Carolina Pires frequenta o Mestrado em Biomedicina Molecular, na Universidade de Aveiro, e falou-nos um pouco sobre o mesmo:

 

Olá, chamo-me Carolina Freitas Pires, licenciei-me em Bioquímica do Departamento de Química na Universidade de Aveiro e, atualmente, estou no Mestrado em Biomedicina Molecular, do Departamento de Ciências Biomédicas da mesma Universidade.

Este mestrado tem cadeiras ligadas à parte prática e outras à teórica, sendo que as teóricas são bastante dinâmicas com a introdução de trabalhos e apresentações, acabando por serem aulas mais diversificadas, pois estes são realizados em sala de aula. 

Desta maneira acho que as teóricas estão bem complementadas com estes métodos de avaliação, embora diferem de cadeira para cadeira.  Já na parte prática posso dizer-vos que os professores explicam a matéria da teórica primeiro para poderem passar à prática, ajudando em quaisquer dúvidas que vão aparecendo.

O plano curricular é de dois anos, em que o primeiro ano contém 5 cadeiras por semestre e o segundo ano é dedicado à tese, tal como descrito na plataforma da UA nos mestrados. 

No primeiro ano temos apenas 1 cadeira de laboratório no primeiro semestre, “laboratório em biomedicina molecular”, e outra cadeira de laboratório no segundo semestre que se designa “rotações laboratoriais/estágio”, dado que este laboratório/estágio não foi inteiramente possível devido ao covid-19. 

Como contactei várias vezes com laboratórios na minha licenciatura não achei que tivesse necessidade de ter mais parte prática, tendo conhecimento de que esta parte é fundamental para um futuro no mercado de trabalho.  

Para a cadeira “rotações laboratoriais/estágio” fomos nós, alunos, que tivemos de recorrer aos investigadores e/ou empresas, logo não sei quais são as que têm acordo com a universidade, mas se quiséssemos ir para uma empresa e nos aceitassem, apesar de ainda não haver acordo, o diretor do curso fazia para que conseguíssemos ter esse estágio. 

É de notar que este ano este mestrado começou de maneira diferente, em vez de serem realizadas as 5 cadeiras ao longo de todo o semestre, tivemos apenas uma cadeira que decorreu dessa forma, dado que as restantes 4 realizaram-se por módulos, isto é, para cada uma destas quatro cadeiras fizemos as horas suficientes numas 3 a 4 semanas intensivas, e depois começava outra cadeira. Com isto podem reparar que estamos apenas a ter 2 cadeiras de cada vez por mês, sensivelmente, uma que vai alternando e a outra que é constante.

Dado que ainda é uma área bastante vasta podem encontrar emprego em empresas laboratoriais, tecnológicas ligadas à saúde, ou como bolseiros em universidades.

O que me fez seguir este mestrado foi o facto de ser uma área ligada à saúde pública com a junção do meu gosto pelo laboratório, pelo que não me enganei podendo dizer que estou a gostar muito das cadeiras e da matéria que as integra. Embora não ache que este novo método de avaliação por módulo seja de todo a melhor organização por parte dos professores envolventes neste mestrado. Penso que foram complicar as coisas tanto para nós, alunos, como para eles, professores, pois ambos tiveram de se habituar a este novo modelo. Esta estrutura tanto pode ser benéfica como prejudicial para cada um, individualmente. Para mim foi benéfica, pois tínhamos “apenas” a matéria de duas cadeiras, embora a carga de material para estudar fosse maior. Sendo, portanto, um curso que ainda está em crescimento, mas que é um bom partido para retirarmos o mais diversificado conhecimento. 

De estudante para estudante aconselho sempre a terem uma opção B para qualquer mestrado, porque poderá não corresponder às vossas espectativas, ou simplesmente mudarem de opinião em relação ao que preferiam.

 

Podem consultar mais informações acerca deste mestrado no site da UA.

André Lima: Mestrado em Bioquímica – Especialização em Bioquímica Clínica

André Lima é aluno do Mestrado em Bioquímica – Especialização em Bioquímica Clínica, na Universidade de Aveiro, e falou-nos um pouco acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As unidades curriculares são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

O mestrado em Bioquímica da Universidade de Aveiro está dividido em três especializações/ramos: Bioquímica Clínica, Métodos Biomoleculares e Bioquímica Alimentar. O plano curricular do 1º ano depende da especialização, havendo unidades curriculares comuns e específicas para cada ramo, com o 2º ano a ser igual para todos já que envolve dissertação, projeto ou estágio. Este mestrado tem a vantagem de ter duas unidades curriculares de opção no 1º ano, o que significa que podes escolher quais pretendes ter desde que sejam da área da Bioquímica/Biologia/Biotecnologia. Outro ponto positivo do mestrado em geral é conter tanto de teórico como de prático (50/50), existindo uma boa aplicação dos conhecimentos teóricos a nível prático. Ainda assim, depende da especialização e das unidades curriculares de opção escolhidas, o que é bom porque podes definir o que pretendes tanto a nível de conhecimento como a nível teórico/prático.

O que podes dizer acerca da componente laboratorial?

No meu caso e como estou a terminar o 1º ano do mestrado na especialização de Bioquímica Clínica, das dez unidades curriculares que tive/tenho, cerca de seis baseiam-se em componente prática. As minhas duas unidades curriculares de opção são de componente prática por escolha própria e por querer apostar nesse conhecimento. A nível laboratorial, abordamos muito técnicas e conceitos que recebemos nas componentes teóricas. É feito um esforço para tentar replicar o que acontece em ambiente de investigação/empresarial e dar a perceber os princípios por detrás das técnicas. Os trabalhos práticos em si são também diversificados e com diferentes objetivos. No geral, estou satisfeito com a formação que estou a receber e sinto que ganhei ferramentas úteis a nível prático para o futuro.

O teu mestrado apresenta colaborações com outras universidades/instituições? Como podem ser úteis?

No 2º ano para a realização de estágio existem algumas colaborações nesse sentido e em diferentes áreas. Ainda assim, podemos fazer propostas de estágios para empresas/institutos que pretendemos, caso essa colaboração ainda não exista, e tentar a realização de um estágio nesse lugar. A nível de dissertações, poderão também existir colaborações nesse sentido. Fora disso, existem unidades curriculares onde temos oportunidade de receber palestras/aulas com especialistas que mostram o seu trabalho.

Penso que é benéfico tentar perceber ao máximo o que acontece fora da nossa zona de conforto. Essas ligações são importantes porque nos dão a conhecer outras realidades de estudo e/ou trabalho, e consequentemente aprendemos com isso. Nem que seja para percebemos aquilo que gostamos ou não gostamos. No entanto, a escolha é sempre nossa e determinar aquilo que podemos fazer é sempre bom.

Que saídas profissionais pode esperar um estudante que complete o mestrado que frequentas?

O mestrado está preparado para prosseguir o meio da investigação ou o meio empresarial, fornecendo ferramentas para ambos. Dependendo do objetivo, a escolha entre dissertação e estágio direciona-te para essas saídas, havendo também sempre a opção de continuação dos estudos para doutoramento. Penso que isso terá a ver com o interesse de cada um, mas este mestrado oferece bons conhecimentos para qualquer que seja a tua escolha.

Para um estudante que esteja interessado no teu mestrado, onde aconselhas a procura de informação?

O site da universidade dá-te a informação a nível académico, sendo que é importante escolheres um mestrado que te dê a possibilidade de ter o plano curricular que desejas e que vá ao encontro dos teus objetivos. Aconselho sempre a falar com alunos que frequentem o mestrado, uma vez que consegues tirar dúvidas mais específicas e interpretar melhor a informação. Pode também ser útil estar atento às redes sociais da universidade. Acredito que quanto mais informação, mais certezas tens da tua escolha.

O que nos podes dizer acerca das razões que te levaram à escolha deste mestrado e acerca da tua experiência no mesmo? Alguns conselhos para quem pensa ingressar num mestrado?

Escolher o nosso futuro nunca é fácil. Terminei a licenciatura em Biotecnologia na Universidade de Aveiro e comecei por fazer um levantamento dos mestrados disponíveis na minha área em algumas universidades. Após essa pesquisa e tendo em conta os meus gostos pessoais, escolhi que seguiria para um mestrado ligado à saúde. Depois de diversas comparações e conversas, optei por ficar na mesma universidade e ingressar no mestrado em Bioquímica com especialização em Bioquímica Clínica por oferecer tudo aquilo que pretendia a nível curricular e profissional e por me sentir bem na universidade em que estava. Para mim foram estes os dois principais fatores. 

Estando quase a terminar o 1º ano, sei que fiz a escolha certa porque estou a obter o conhecimento que pretendia e toda a estrutura de universidade/professores tem sido muito positiva. A mentalidade de mestrado é, em parte, diferente da licenciatura e a carga de trabalho pode ser elevada, mas isso também me levou a ser mais organizado. Concordo com a estrutura do mestrado na medida em que existem unidades curriculares de opção, sendo este um ponto positivo. Tenho a sorte de também ter bons colegas, o que é sempre importante. Não fazemos o mestrado sozinhos e a convivência e ajuda dada por eles tem sido muito boa, juntamente com uma boa relação com os professores, que têm sido excelentes connosco. 

Escolher um mestrado não é tarefa fácil. Pensem na decisão com tempo e vão procurando informação. As saídas profissionais e o plano curricular são uma preocupação e devem ter isso em conta, mas é importante lembrar que vão passar os próximos dois anos naquele mestrado e naquela universidade. Por muito bom que seja o mestrado, se querem ter sucesso, devem também escolher um sítio onde estejam confortáveis e se sintam bem.

O André disponibilizou os seus contactos caso queiram entrar em contacto:

LinkedIn: /andrelima55

Facebook: /andre.lima.55

Mariana Pereira: Mestrado em Toxicologia Analítica Clínica e Forense

Mariana Pereira é aluna do segundo ano do Mestrado em Toxicologia Analítica Clínica e Forense, da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

Algumas das cadeiras, as de menos créditos, não têm componentes laboratoriais. No entanto, há um bom balanço de componente prática e teórica e, no geral, a parte laboratorial ajuda a compreender a matéria teórica dada. É importante referir que o mestrado é por módulos, então, por norma, só há uma cadeira a ser dada de cada vez e o horário muda basicamente todas as semanas.

Que UC’s de laboratório tens? Na tua opinião, preparam-te bem para o teu futuro?

Não há nenhuma cadeira só de laboratório, no entanto as cadeiras mais importantes têm componente laboratorial (“Análises Toxicológicas I e II”, “Farmacocinética, Toxicocinética, Farmacogenómica e Necrocinética”, “Métodos de Análise em Toxicologia” e “Toxicologia Clénica”). Acredito que a maioria ajuda de facto a compreender técnicas úteis. Diria que as duas que o fazem melhor são “Métodos de Análise em Toxicologia” e “Análises Toxicológicas II”. A primeira, apesar de ter bastante matéria, é extremamente útil para perceber as diferentes técnicas que um toxicólogo pode ter de usar durante a sua carreira. A segunda tem uma componente prática em que um grupo escolhe um composto e uma técnica e, durante uma semana (todos os dias) estamos no laboratório a otimizar o método e a tentar perceber a concentração do composto que estamos a analisar na nossa amostra. No meu caso estivemos a analisar amostras de urina para descobrir se havia vestígios de compostos relacionados com doping. É uma semana de muito trabalho e longas horas, mas acho que é algo que não se encontra em muitos mestrados e é uma mais valia no desenvolvimento da independência e para nos mostrar o que possivelmente podemos vir a fazer no nosso futuro, quer seja em investigação ou em empresas.

 O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Não há nenhuma colaboração formal estabelecida, mas a diretora do mestrado e os professores que fazem parte da comissão de acompanhamento têm muitos contactos em vários locais e ajudam caso queiramos ir para uma tese num outro local fora da faculdade. Por exemplo, um dos professores conseguiu parceria com universidades de outros países e então tivemos 3 sugestões de tese no estrangeiro (em Espanha, Itália e República Checa).

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Este mestrado é sem dúvida mais focado para irmos para investigação, sendo que é isso que os professores mais incentivam. No entanto essa não é a única opção, aliás nem é o que eu pretendo fazer. Outras opções passam por trabalhar em empresas farmacêuticas e até no Instituto de Medicina Legal, bem como em laboratórios de análises e hospitais

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Procurar informação diria que só mesmo no site da faculdade, que até tem uma boa explicação dos objetivos e saídas. A melhor maneira, no entanto, é sem dúvida falar com alguém que frequentou o mestrado, foi assim que obtive a minhas informações.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Toxicologia foi uma das cadeiras que mais me despertou interesse na licenciatura. Há um mestrado na FCUP em colaboração com o ICBAS mas esse é mais virado para ecotoxicologia, o que não me desperta interesse, então achei que este estava mais de acordo com o que eu queria aprender.

Estás a gostar do teu mestrado?

Sim, é um mestrado interessante e tem bons professores que explicam bem a matéria. Toca nas coisas mais importantes e que eu mais queria perceber, e tive experiências na componente prática que gostei bastante. Este ano da tese é sempre mais complicado, mas mesmo assim está a ser interessante e a desafiar as minhas capacidades.

Na tua opinião, quais os pontos positivos?

Além do óbvio, acho que o ensino por módulos é excelente. Permite que o nosso foco esteja inteiramente na cadeira que estamos a dar, o que ajuda a interiorizar e perceber a matéria. Diria que as cadeiras estão bem estruturadas no geral. Uma cadeira muito importante é sem dúvida o “Seminário”. Ao contrário de outros mestrados, esta cadeira no nosso mestrado envolve fazer uma monografia/artigo de revisão. Basicamente é um trabalho teórico de pesquisa individual cujo tema é semelhante ao tema da tese que se tem no ano a seguir. É a última cadeira do primeiro ano do mestrado e temos cerca de 2 meses para o fazer, sem mais nada. Nesta altura já temos orientador, então é ele que nos corrige o seminário. É extremamente útil porque não só ajuda no desenvolvimento da aptidão de pesquisa como também partes do seminário são posteriormente usadas como a introdução da tese. Envolve também uma apresentação oral a um júri e também tem uma parte de defesa, tal como o que ocorre numa apresentação de tese. É uma excelente maneira de não só adiantar uma parte da tese como também experienciar uma defesa, o que ajuda a estar preparado para quando for a tese. Outra coisa positiva é o processo de escolha da tese. Apesar de podermos sugerir nós os temas, foi nos dado um documento com mais de 30 temas que podíamos escolher, juntamente com os orientadores e os seus contactos para podermos tirar dúvidas que pudéssemos ter. Eram muito variados e em diversas áreas da toxicologia e, a meu ver, ajudou bastante no que é uma decisão complicada. 

E negativos?

Apesar de o mestrado ser por módulos aconteceu, uma ou duas vezes, haver mais do que uma cadeira a decorrer ao mesmo tempo. Foi mais no início, mas aconteceu. O horário, como já disse, mudava todas as semanas, então tanto podíamos ter aulas de manhã como ao fim da tarde. Se nada mudar é de ter em conta que tivemos bastantes aulas das 17h às 20h e até alguns sábados. Isto não me afetou muito, mas pode afetar, principalmente a trabalhadores-estudantes. Algumas cadeiras tinham imensa matéria e trabalhos, o que nem sempre correspondia ao número de créditos. 

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

No geral diria que sim, a matéria foi bem escolhida e distribuída, por vezes havia demasiados professores diferentes, o que podia ser algo confuso.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Eu diria que há uma cadeira que não faz muito sentido e que podia ser retirada. Falo da cadeira opcional UP que temos no segundo ano. Para além do trabalho que é ter de estar à procura de uma cadeira de outros mestrados e tentar obter informações, também não acho que adicione muito à nossa aprendizagem e acaba por ser mais trabalho do que vale a pena. Também acaba por interferir com o desenvolvimento da tese, visto que tira tempo quer para as aulas quer para estudar.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

As saídas, a matéria que se dava, também tive em conta o local (a faculdade de farmácia).

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Não tenham medo de sair da vossa zona de conforto e de ir para outras faculdades ou até universidades. Vão para o que acharem mais interessante. 

 

João Guimarães: Mestrado em Neurobiologia

João Guimarães frequenta o primeiro ano do Mestrado em Neurobiologia, da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, e falou-nos um pouco acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s estão mais voltadas para a teoria ou para a prática?

O Mestrado em Neurobiologia tem uma grande diversidade de Unidades Curriculares, sendo que algumas estão mais voltadas para a parte teórica, devido à incapacidade para aulas práticas enquanto que outras têm uma grande componente prática. Algo que potencia esta diversidade é a divisão das Unidades Curriculares em módulos, permitindo que uma única Unidade Curricular possa ter módulos mais teóricos e alguns mais práticos.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Sim são, em todas as cadeiras com uma componente prática, toda a matéria teórica é fornecida previamente de modo a facilitar a parte prática.

Que UC’s de Laboratório tens?

Os módulos que apresentaram uma maior componente laboratorial/prática foram Neuroanatomia, Fundamentos e Métodos de Biologia Molecular, Neurodesenvolvimento e Microscopia. Neste segundo semestre outros módulos iriam apresentar fortes componentes práticas, como In Vitro Models, Estereologia, Brain Imaging, entre outros, contudo devido à pandemia de Covid-19 tal não pôde acontecer.

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro?

De um modo geral, todos os módulos práticos oferecem ferramentas que nos ajudam para um futuro como neurocientistas, sendo que esse é o maior objetivo deste mestrado.

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Sim, o Mestrado em Neurobiologia colabora com diferentes Faculdades como a FPCEUP e o ICBAS e também tem uma grande componente no I3s.

Na tua opinião, como é que estas colaborações beneficiam os alunos deste mestrado?

Através destas colaborações, os alunos do Mestrado conseguem estar em contacto com diferentes profissionais/investigadores e serem expostos a diferentes áreas do ramo das Neurociências.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

A principal saída profissional é a investigação na área das Neurociências, pois esse é o grande objetivo do Mestrado. O Mestrado também oferece grandes ferramentas para a continuação dos estudos no Doutoramento em Neurociências

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

Na página do mestrado no sigarra da FMUP podem encontrar todas as informações necessárias sobre o mestrado, como unidades curriculares, contactos, ects… Para além disso podem contactar o diretor do mestrado, o Professor Doutor Carlos Reguenga através do email: cregueng@med.up.pt.

O que te fez seguir o Mestrado que frequentas?

Eu sempre tive um grande interesse na área das Neurociências e através do estágio que tive neste ramo esse interesse aumentou levando a que me candidatasse a este Mestrado.

Estás a gostar do teu Mestrado?

O Mestrado, para já, está a corresponder a todas as expectativas, mas tal como em todos os Mestrados há módulos que me fascinam muito mais do que outros.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Um dos maiores pontos positivos é o baixo número de vagas, pois exponencia e facilita o contacto entre os professores/investigadores com os alunos e também entre os alunos. Outro ponto positivo é a diversidade de módulos, pois, embora seja um Mestrado focado nas Neurociências oferece módulos como Neurologia Clínica que dão uma outra visão, mais ligada à medicina, sobre esta área.

E negativos?

Não diria que seja um ponto negativo, mas a carga de trabalho é deveras grande. Para além disso, por ser um mestrado com um formato de módulos faz com que todas as semanas o horário mude não permitindo criar necessariamente uma rotina.

Achas que o teu Mestrado está bem estruturado?

Sim, acho que sim. Todas as unidades curriculares/módulos complementam-se e permitem uma melhor compreensão da matéria lecionada. Para além disso, o primeiro semestre fornece um leque maior dos diferentes ramos das neurociências, enquanto que o segundo fornece mais técnicas que irão ajudar no desenvolvimento do projeto de tese e na tese em si.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

O método de ensino de alguns módulos.

O que tiveste em consideração na escolha do teu Mestrado?

Quando me candidatei ao Mestrado tive em consideração não só o tema, mas também a análise das diferentes Unidades Curriculares de forma a que não me surpreendesse quando as aulas começassem. Para além disso, é importante ter em consideração que é um mestrado de tempo integral, sendo necessário fornecer muito tempo para a sua realização.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um Mestrado?

Acho que um dos melhores concelhos é terem em atenção as datas de candidatura, tanto para não passarem estas datas, mas também para não gastarem dinheiro desnecessário. Se se forem candidatar a mais do que um Mestrado devem ter em atenção se a saída de resultados de um é antes do término da candidatura de outro, permitindo poupar dinheiro em candidaturas. 

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Sim, claro. O meu email é joao.p.baltar@gmail.com.

Sónia Ferreira: Mestrado em Ciências do Mar e Recursos Marinhos

Sónia Ferreira é aluna do primeiro ano do Mestrado em Ciências do Mar e Recursos Marinhos, do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, e respondeu a algumas questões.

As UC’s são voltadas mais para a teoria ou para a prática?

Bem depende um pouco de que unidades curriculares estamos a falar na verdade. A maioria das UC’s de primeiro semestre, que são obrigatórias, são mais viradas para a parte teórica à exceção da UC “Técnicas e Aplicações de Biologia Celular e Molecular” muito semelhante às unidades de Biologia Molecular e Celular da licenciatura de Biologia (o que dá bastante jeito visto que muitas das coisas que já aprendemos são facilmente aplicadas nesta UC). Já as unidades de 2º semestre não posso falar muito, porque devido à pandemia vírica vi-me obrigada a estudar apenas através de conteúdos práticos de uma forma teórica. Mas normalmente, a componente prática é muito mais vincada no 2º semestre.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Sim. Pelo menos as que tive assentavam primeiro no leccionamento de conceitos gerais e depois, antes da aplicação da matéria dada em aulas teóricas se realizar era tudo, de uma maneira geral, explicado antecipadamente para irmos já preparados e sabermos os cuidados a ter ao manusear por exemplo certos instrumentos, ou mesmo os organismos (peixes maioritariamente) e obviamente para sabermos o porquê de estarmos a fazer o que o protocolo indicava (também disponibilizado antes da aula prática).

Que UC’s de Laboratório tens?

Como já tinha mencionado numa questão anterior tive a UC “Técnicas e Aplicações de Biologia Celular e Molecular” que é bastante prática. Quanto a “Biologia e Ecologias Marinhas” as aulas eram teóricas mas eram dadas na ELA (Estação Litoral da Aguda) onde cheguei a ter uma visita guiada pelo edifício com acesso aos aquários pelo “backstage” e com explicação de circuitos de circulação de água, visita a locais de quarentena, tanques de reprodução, nursering, sistemas de filtração e tratamento da água e também cheguei a ter uma visita ao parque das dunas perto do ELA com explicações do desenvolvimento das mesmas e a vegetação típica associada. De resto teria sim, neste 2º semestre bastantes aulas práticas laboratoriais principalmente a Toxicologia Aquática (opcional) mas só consegui ir a uma no CIIMAR antes da visita do corona. O mesmo aconteceu com Imunologia dos Animais Aquáticos em que só tive uma aula laboratorial no ICBAS em que fizemos recolha de sangue em peixes, abertura dos mesmos, verificação de órgãos e problemas associados à saúde dos peixes (parasitas, lesões,…). “Ecologia Aplicada e Biologia da Conservação” e “Fitoplâncton e Zooplâncton” também teriam aulas práticas laboratoriais que me foram dadas a nível teórico ou substituídas por trabalhos individuais ou de grupo.

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro?

No 1º semestre senti uma boa preparação. Neste 2º semestre, se tudo corresse como esperado, principalmente com aulas dadas no CIIMAR em certas unidades, estou certa de que também estaria a ter uma boa formação.

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Sim, o meu mestrado está ligado a instituições científicas como o CIIMAR, com o IPMA e o ELA como já referi antes. Também cheguei a ter aulas com professores convidados e especialistas de empresas ou maioritariamente de instituições como o CIIMAR.

Na tua opinião, essas ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Sim, uma vez que as ligações pessoais normalmente falam um pouco do que fazem e que áreas de especialização existem no local onde trabalham. Os locais de leccionamento de algumas aulas fora do ICBAS também contribuem para a divulgação de projetos e atividades realizadas nos mesmos, porque verdade seja dita, uma coisa é ler ou ver fotos sobre o local, outra coisa é estar lá e ver com os nossos próprios olhos o que se passa ao nosso redor.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Bem, uma vez que este mestrado é dividido em 2 especializações: “Biologias e Ecologias Marinhas” e “Aquacultura e Pescas” as saídas profissionais variam um pouco do que o estudante escolher seguir. Na especialização mais ecológica (que neste caso foi a que escolhi) os alunos optam por seguir algo relacionado com as UC’s escolhidas como por exemplo transformação e comércio de produtos marinhos, análises, investigação em diferentes áreas associadas ao mar, maioritariamente em instituições científicas, e ensino. Quanto à outra especialização normalmente os estudantes optam por seguir e trabalhar em Aquariofilia, Aquários Públicos, Biotérios e o mais comum, em aquaculturas. Apesar de ser o mais comum acontecer, nada impede que as duas especializações se acabem por se cruzar em certos pontos e aí as oportunidades de saídas são bastante diversificadas.

Um exemplo: há certos colegas mestrandos, no meu ramo de especialização, que esperam optar por seguir uma saída profissional relacionada com a gestão do mar, aplicação de leis, estatutos e medidas de conservação, o que é perfeitamente possível. Tudo depende um pouco daquilo que escolhemos em termos de UC para nos dar a formação básica e necessária para nos ajudar a entender o que realmente queremos seguir no futuro e principalmente naquilo que ambicionamos ser no futuro. O resto resume-se a trabalho árduo, ao aproveitamento de atividades fora do mestrado promovidas por outras instituições, ou mesmo na própria instituição, à persistência, à ambição de querermos alcançar mais e melhor e talvez… alguns cafés e galões para ajudar no processo 😉.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

Se alguém estiver interessado neste Mestrado aconselho primeiramente a vaguear um pouco pelo site do ICBAS para saber as UC’s disponíveis e saber um pouco mais sobre os seus objetivos. Também recomendo este site https://msc-cmar-recursos-marinhos.weebly.com/empregabilidade.html# referente ao mestrado em particular (sim temos uma webpage só para o nosso mestrado). Também recomendo vivamente a recorrência a testemunhos pessoais de alunos atuais ou que já frequentaram este mestrado (foi pelo que optei também).

O que te fez seguir o Mestrado que frequentas?

Esta é sempre uma pergunta muito nostálgica de responder. Quando eu era pequena o meu pai tinha um hobby: praticava mergulho. Sempre que podia e era possível lá ia ele com os seus companheiros de mergulho visitar um novo país com uns valentes kilos de equipamento e garrafas de ar comprimido atrás. Chegava a ficar bastantes dias fora e eu, como era pequena, a única coisa que podia fazer era falar com ele por chamada e esperar o seu retorno no aeroporto. Depois de ele chegar a Portugal trazia sempre uma lembrancinha para mim, fotos subaquáticas daquilo que viu e muitas, muitas histórias e experiências para contar. Dá para reparar que acabei por ganhar este gosto ao mar através dele e até lhe disse que queria tirar o curso de mergulhador tal como ele. Hoje estou a meio caminho de completá-lo.

Acabei por ir para Biologia porque esse gosto podia não chegar para algo que eu pudesse fazer futuramente (e também porque não entrei em Bioquímica que era a minha 1ª opção – e ainda bem que não entrei). Como Biologia é bastante abrangente, pensei que ao longo do meu percurso iria saber realmente o que queria. No entanto, até ao início do 3º ano de licenciatura não sabia bem o que queria escolher. Após o meu estágio curricular (associado ao CIIMAR e relacionado com monitorização de cetáceos) decidi finalmente que o mar teria de fazer parte da minha vida enquanto pessoa e estudante. Como aqui na universidade do Porto não temos Biologia Marinha cheguei a pensar optar por Aveiro ou Lisboa. Mas após análise deste mestrado no ICBAS verifiquei que o plano de estudos era similar e apostei ficar por cá. O coração agradeceu também porque acabo por ficar muito perto das pessoas que mais gosto.

Estás a gostar do teu Mestrado?

No geral sim estou. Acho que mesmo tendo algumas surpresas menos agradáveis ou UC’s que gostei menos provaram que apesar de talvez serem mais chatas ou aborrecidas, acabam por completar bastante o teu currículo e fortalecer bases de aprendizagem.

Neste 2º semestre estava mesmo com boas expectativas para as UC’s que escolhi. No entanto, dadas as circunstâncias atuais, acho que só estou a aproveitar um pedacinho daquilo que seria o ideal. Um ensino só baseado em partes teóricas e trabalhos para entregar, como podem ver, não é nada apetecível e confesso que estou um pouco triste de não poder estar a usufruir da parte prática pelo menos para já. Não sei como a situação irá evoluir mas existe a possibilidade de haver aulas práticas mais tarde e visitas de estudo também (sim iriam haver visitas de estudo e eu que estava tão ansiosa ☹ ).

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Apesar de tudo, acho que o ICBAS tem bastante para oferecer a nível prático e aprende-se muito com docentes diferentes uma vez que a maioria das aulas são dadas por mais que um professor e, por vezes, com mais do que um ao mesmo tempo. O facto de estar ligado a instituições como o CIIMAR, e de inclusive termos aulas lá, acaba por nos proporcionar experiências que às vezes são cruciais para decidirmos, por exemplo, onde queremos trabalhar no futuro e em quê ou então a quem ou aonde nos devemos dirigir para falar sobre a tese ou estágio no 2º ano de mestrado. Fazer novas amizades também é bastante importante para troca de experiências principalmente com quem veio de outras universidades ou licenciaturas.

E negativos?

Penso que nenhum curso se apoia apenas em pontos positivos. No caso deste mestrado penso que um dos aspetos que menos o favorecem é o horário que nunca é o mesmo e todas as semanas temos algumas aulas a mudar de dia semanal e de hora. A comunicação entre docentes também por vezes é irregular mas eles tentam sempre fazer o máximo para rentabilizar as aulas e colocar as suas aulas para favorecerem os alunos (maioria das vezes).

Uma vez que não tenho UC’s típicas da outra especialização, é normal que não saiba muito sobre a existência de problemas a esse nível.

Em algumas UC’s (as mais teóricas) também notei bastante que acabam por ser as mais maçadoras mesmo com um intervalo a meio para recarregar as energias.

Achas que o teu Mestrado está bem estruturado?

Penso que esse era um aspeto que poderia ser melhorado uma vez que está organizado semestralmente, mas dentro do semestre as UC’s comportam-se de uma maneira trimestral (eu sei é confuso).

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Para tudo ser perfeito era ter um horário mais definitivo ao longo do semestre, e épocas de exames e entrega de trabalhos melhor definida. No entanto, sei que quando se tem um diretor de curso que também dá aulas ao curso de Medicina e docentes de UC’s que também são investigadores ou que não trabalham apenas na faculdade, tudo isto é um pouco difícil de gerir ainda para mais quando é só um mestrado com menos de 20 pessoas.

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido neste/s ano/s em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

Todos os dias há pequenas vivências com os amigos na hora do almoço ou no passeio pós-almoço (quando as aulas acabam mais cedo) nos Jardins do Palácio com direito a companhia de galinhas. Uma experiência em particular não me recordo mas há sempre aquelas fotos que se tiram nas aulas práticas por exemplo, enquanto o professor não está a olhar, com o teu amigo peixe que acabaste por dissecar e aquela foto típica do teu amigo que está a fazer um esforço enorme para não adormecer na aula.

No geral, o ICBAS é todo um espaço onde podem decorrer imensas peripécias. Já chegamos a marcar encontros de trabalhos de grupo na faculdade e logo nesse dia por causa da chuva que molhou os fios, lá se foi a eduroam. Noutro dia encontras a funcionária da limpeza com fones a limpar a sala de estudo e a cantar alto Stand by me. Depois tens de fazer um trabalho de grupo em que estás a monitorizar garças e elas não aparecem. E por fim, quando finalmente adquires um cacifo, tentas abri-lo e desesperas porque ele não abre e afinal descobres que não era o teu.

O que tiveste em consideração na escolha do teu Mestrado?

As unidades curriculares e a experiência pessoal de um antigo estudante.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um Mestrado?

Recomendo vivamente a pensarem primeiro no que querem e no que se veem a fazer no futuro. Talvez o melhor mesmo seja primeiro pensar naquilo que definitivamente não querem e daí começarem a ver opções que vos interessem. Procurem falar com alguém que o frequente ou que já frequentou esse mestrado, as experiências pessoais são sempre as melhores na minha opinião.

Caso a escolha seja este mestrado há algumas coisas que gostava de dizer: estejam preparados para tudo, andem sempre com 0,30€ no bolso para uma bebida quente da máquina entre intervalos para vos darem a energia necessária para estarem atentos ás aulas, dependam dos vossos professores para tirar dúvidas e esclarecer conceitos, não liguem se parecer que alguém vos provoque um pouco mais ou mande ao ar um comentário menos sensível ( descarreguem a raiva em casa ou com os vossos amigos ou podem sempre começar a fazer uma meditaçãozinha) e estejam sempre atentos às oportunidades de atividades fora e dentro da faculdade relacionadas com os vossos interesses. Façam amigos e disfrutem do ano juntos!

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Com certeza! Então deixo aqui o meu e-mail s.isabelferreira5@gmail.com e o meu link do Facebook caso queiram mandar uma mensagem também https://www.facebook.com/sonia.ferreira.9828/. Nos dois casos estou sempre atenta 😉.

Rogério Ribeiro: Mestrado em Bioinformática e Biologia Computacional

Rogério Ribeiro é aluno do segundo ano do Mestrado em Bioinformática e Biologia Computacional e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

O plano de estudos do mestrado de bioinformática apresenta um bom equilíbrio entre componentes prática e teórica. A maior parte das aulas estão inclusivamente divididas em duas partes, de forma que matéria teórica é facilmente assimilada pela sua aplicação prática com exercícios, ou com os vários trabalhos que fazem parte da avaliação.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

De uma forma geral sim.

Que UC’s de laboratório tens?

O percurso académico quase não tem componente laboratorial, o chamado de “wetlab”, por não ser tão relevante à formação na área. No entanto poderão existir propostas de dissertação com uma componente desta natureza. 

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Apesar de ainda não existirem protocolos com empresas, existe a possibilidade de fazer dissertação neste contexto, tendo já existido casos destes. 

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Várias, desde empresas a grupos de investigação das mais diversas áreas, que podem ser mais ou menos fácil de integrar dependendo da natureza da dissertação. Devido à grande necessidade de biólogos com conhecimentos de informática, o leque de saídas deste mestrado é bastante amplo.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

O site do EBI (https://www.ebi.ac.uk/) é um bom sítio para aprender mais sobre a área, sendo não só um repositório de informação, mas também uma plataforma para “training” (sendo que algumas formações são gratuitas). Sobre este mestrado em específico, o site da faculdade tem toda a informação necessária. 

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Desde pequeno que sempre quis seguir biologia, sendo que o meu interesse específico flutuou ao longo dos anos. No entanto, sempre tive algum interesse por informática e ciência dos computadores, especialmente durante o secundário. Este curso veio juntar estes dois gostos. 

Estás a gostar do teu mestrado?

Estou a gostar bastante deste mestrado, e não me vejo em outro curso.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Um dos maiores pontos positivos do mestrado é ter uma grande oferta de unidades curriculares, não só das “nativas” do mestrado, mas também de outros cursos, o que permite personalizar o percurso académico dependendo dos interesses de cada um. A carga de trabalho é exigente, mas bem distribuída ao longo do ano, sendo que grande parte da avaliação são trabalhos que podem ir sendo feitos. A maior parte dos docentes são bastante envolvidos com os alunos o que tornas as aulas interessantes e fáceis de seguir.

E negativos?

No entanto existem alguns negativos, o que é normal visto que o mestrado ainda é novo. Em primeiro lugar a maior parte das unidades curriculares são contínuas ao longo do ano, com algumas opcionais sendo dadas em estilo de “módulos” como em outros mestrados de biologia. Isto pode levar a sobreposições de aulas durante alguns períodos do ano, o que infelizmente é inevitável, dada disponibilidade de alguns docentes. A formação de base que nos é dada a nível de programação também deixa um pouco a desejar, sendo que existem tópicos que deveriam ser mais aprofundados. No entanto, é algo que é facilmente compensado com trabalho individual. 

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

De uma forma geral sim.

O que poderia ser reformulado no mesmo?

Se tivesse de mudar alguma coisa na estrutura do mestrado colocaria algumas cadeiras opcionais como obrigatórias (como por exemplo ómicas), pois considero que são fundamentais para a formação nesta área.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

Quando me deparei com a escolha do mestrado, era certo que seria bioinformática, sendo que a minha escolha estava dividida entre a faculdade do Minho, que já tem o mestrado há mais tempo, e a universidade do Porto. No fim, a proximidade de casa e o programa curricular levou-me a escolher a UP.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Qualquer que seja o mestrado que vão escolher tentem informar-se o mais possível, tanto a nível a nível da formação que o mestrado oferece, como saídas profissionais. Contactem antigos alunos através de redes sociais, coloquem as vossas dúvidas e questões, e perguntem as opiniões deles em relação ao curso. Se ainda se sentirem inseguros, a maior parte dos diretores de curso responde a email de dúvidas. Acima de tudo não limitem a vossa procura apenas a um mestrado/instituição.

Rita Fernandes: Mestrado em Bioinformática e Biologia Computacional

Rita Fernandes respondeu a algumas questões acerca do mestrado que frequenta (Mestrado em Bioinformática e Biologia Computacional).

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

As UCs são voltadas mais para a prática, e em praticamente todas as aulas, os estudantes são incentivados a praticar e fazer exercícios quer em contexto de aula quer em contexto de trabalho individual/em grupo para efeitos de avaliação. Maior parte das aulas consistem numa introdução teórica inicial, sendo o tempo restante aproveitado para exercícios.

Que UC’s de laboratório tens?

Não existe uma UC que seja 100% em laboratório tendo em conta que é um Mestrado focado na perspetiva informática. No entanto, uma das opcionais (Métodos Moleculares na Análise da Diversidade Biológica) tem componente laboratorial.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

As colaborações que existiram e existem estão relacionadas com teses específicas em que o estudante quis fazer a dissertação nessa empresa ou Universidade em questão. 

Na tua opinião, essas ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Dependendo da empresa e da universidade, mas sim.

Que saídas profissionais podem esperar os alunos que completem o mestrado que frequentas?

Um estudante que complete este mestrado, e dependendo do tema de foque da sua tese, poderá integrar equipas de investigação, empresas de tecnologias da saúde, biotecnologia, ambiente, indústria alimentar, farmacêutica, etc.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Aconselho a brochura oficial do curso que tem maior parte da informação. Aconselho também: Informação sobre bioinformática e biologia computacional – site da EMBL (que tem muita informação sobre este campo).

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

A interdisciplinaridade do curso em si porque vi o ramo de bioinformática e biologia computacional como uma oportunidade para aprofundar os meus conhecimentos de programação, estatística e informática num contexto biológico, fazendo também ligação com a genética, uma área que sempre me interessou mesmo antes de ingressar em Biologia.

Estás a gostar do teu mestrado?

Sim.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

A variedade de UCs e de docentes que as leccionam, e a comunicação com o director do mestrado que está sempre aberto a sugestões, críticas e comentários para melhorar o curso.

E negativos?

Quando entrei, foi o primeiro ano em que começou a funcionar como mestrado de bioinformática e biologia computacional da FCUP, e por isso, houve alguma desorganização a nível de avaliação e aulas de algumas UCs. 

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Sim.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Talvez a introdução de uma cadeira específica sobre Base de Dados e SQL.

Há alguma vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

Gostei muito de frequentar uma Spring School organizada em conjunto com o CIBIO-InBIO e o  EMBL-EBI (European Bioinformatics Institute). Foi uma oportunidade para conhecer ferramentas de genómica, transcriptómica e metagenómica que desconhecia, e de estar em contacto com outros investigadores e bioinformáticos do EBI. 

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

Localização, diversidade nas UCs opcionais, proximidade e ligação direta com três grandes centros de investigação (CIIMAR, I3s e CIBIO). 

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

O meu conselho é que não desanimem nem desistam logo no início se não conseguirem dominar a parte de programação e resolução de problemas desde do dia um. O mestrado está adaptado mesmo para licenciados em biologia/ciências biológicas sem qualquer experiência de programação e apesar da curva de aprendizagem poder ser lenta no início, com esforço, treino e dedicação, conseguem ultrapassar essa curva inicial. Em todo o caso, se estiveres interessado em candidatar-te ao Mestrado, aconselho a pesquisar sobre a área, em sites, fóruns, ou até mesmo no Twitter. Um dos pontos positivos desta área é que há muitos bioinformáticos ativos nas redes sociais e nos fóruns que partilham as suas experiências do dia-a-dia e não há falta de informação online sobre esta área.  

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Claro, deixo aqui o meu mail : up201503047@fc.up.pt  e  twitter @ritacompbio 

 

 

Beatriz Cruz: Mestrado em Biologia Celular e Molecular

Beatriz Cruz frequenta o Mestrado em Biologia Celular e Molecular e falou um pouco sobre o mesmo.

 

O Mestrado em Biologia Celular e Molecular é bastante direcionado para a parte prática, a maior parte das unidades curriculares são voltadas para o trabalho a nível laboratorial, sendo que todas as unidades curriculares obrigatórias possuem componente prática. Claro que também temos a componente teórica, mas mesmo essa torna-se numa excelente introdução para depois envergarmos no trabalho laboratorial sem grandes dificuldades. 

Neste momento, torna-se difícil perceber se estarei bem preparada para pôr em prática as técnicas que tenho vindo a aprender, uma vez que devido à situação conturbada que vivemos me impediu o acesso à parte laboratorial das unidades curriculares que ia ter ao longo deste segundo semestre, para já a experiência que adquiri foi apenas com as atividades práticas das unidades curriculares do primeiro semestre. 

A nível de colaboração com empresas, o mestrado não possui qualquer tipo de colaboração empresarial. 

As saídas profissionais são inúmeras e diversificadas, desde a biotecnologia à saúde pública (como hospitais, centros de diagnóstico e laboratórios de análises).

Para informações acerca deste mestrado, apenas tive como fonte o Sigarra da Faculdade de Ciências, não me baseei em nenhum outro meio de pesquisa.

A minha grande paixão sempre esteve relacionada com a área ligada à oncologia, por isso inevitavelmente a opção de vir a escolher Biologia Celular e Molecular como mestrado estava em cima da mesa. Claro que havia outras opções a nível de mestrados relacionados com esta área, como por exemplo, o mestrado em Oncologia, no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, mas tive receio de estar a restringir demasiado o meu leque de opções depois a nível profissional no futuro. Assim sendo, optei por Biologia Celular e Molecular, que para já tem sido uma experiência incrível. 

No mestrado, também já por ser algo mais direcionado, um dos pontos positivos é termos a opção de escolha de certas unidades curriculares que nos incutem e nos permitem utilizar técnicas laboratoriais que numa licenciatura não tínhamos oportunidade de executar, e que serão uma mais valia para o nosso futuro profissional. Pontos negativos? Talvez o facto de haver uma falha a nível da distribuição de horários de diferentes unidades curriculares.

A nível estrutural, deveriam de ter mais em atenção o número de alunos por aula de certas unidades curriculares que têm componente laboratorial, e que com o número de pessoas que atualmente têm não se tornam tão produtivas.

Na escolha do mestrado, aconselho a que sejam vistos os diferentes planos de estudo dos mestrados que tenham em vista como potenciais mestrados para se inscreverem/frequentarem.