Tiago Alves: Mestrado em Biologia e Gestão da Qualidade da Água

Tiago Alves é aluno do segundo ano no Mestrado em Biologia e Gestão da Qualidade da Água

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são voltadas mais para a teórica ou para a prática?

Posso dizer que há um bom equilíbrio entre as duas. Para terem uma ideia, das 6 UC’s obrigatórias no plano de estudos, sendo uma delas ‘Seminário’, 5 apresentam componente prática com as mesmas horas de contacto comparativamente à componente teórica. Para além destas, o plano de estudos inclui 4 UC’s opcionais, isto é, podemos escolher UC’s de outros planos de estudos. Esta é a grande vantagem deste mestrado, uma vez que é possível optar por UC’s consoante os nossos gostos e a área em que desejamos ter foco no futuro. Isto também faz com que nos demarquemos uns dos outros, visto que dentro do mesmo mestrado podemos ter vários “especialistas” em diferentes áreas.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Sim, sem dúvida, isso certamente acontece em todas as UC’s. Uma boa base teórica é fundamental para a aplicação prática. Claro que tudo depende dos professores que lecionam tanto as práticas como as teóricas e da comunicação entre ambos. A minha experiência nesse sentido foi positiva.

Que UC’s de laboratório tens?

Como referia anteriormente, em quase todas as UC’s presentes no plano de estudos há componente prática. Aconselho a verem isto antes de tudo: Sigarra – Plano de Estudos

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro?

Sim, em parte sim. Temos o exemplo da UC de Contaminação Ambiental em que a maioria das aulas são lecionadas no CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investigação Marinha e Ambiental) com o apoio de alguns investigadores que lá trabalham. Isto deu-nos a conhecer diferentes experiências profissionais dos investigadores e, principalmente, permitiu-nos conhecer de forma mais aprofundada o funcionamento de um laboratório.

Num contexto empresarial penso que poderia ser melhorado. Posso dar o meu exemplo. Atualmente estou a desenvolver o meu estágio numa empresa especializada no tratamento de águas e águas residuais e, apesar das duas visitas de estudo que tivemos a estações de tratamento, não tinha grande noção do seu funcionamento no início do estágio. A UC relacionada era ‘Tratamento de água e águas residuais’ e, apesar do corpo docente ser excelente em termos teóricos, penso que podia ser melhorada no sentido de ser lecionada também por alguém com experiência empresarial nessa área e com conhecimentos mais práticos. 

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Sinceramente não conheço nenhuma parceria. Contudo, no final de cada ano letivo apresentam algumas (poucas) propostas de estágio para o ano letivo seguinte, geralmente em empresas.

Na tua opinião, essas ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Sem dúvida que sim. Ajuda os estudantes a entrarem mais facilmente em projetos com essas empresas/universidades e, posteriormente, aumenta a probabilidade de surgir a oportunidade de ficarem em definitivo nas mesmas.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Outra vantagem deste mestrado é ter diversas saídas profissionais. Como referi anteriormente, o facto de termos liberdade de escolha em diversas UC’s  dá-nos a hipótese de nos focarmos em diversas áreas. Este mestrado potencia o desenvolvimento de diversas competências, tais como, exercer funções em laboratórios de análises de águas, em serviços e empresas ligadas ao planeamento e gestão dos recursos hídricos, em autarquias, serviços municipalizados, entidades ligadas à saúde e ao ambiente, empresas de tratamento de águas e de águas residuais, laboratórios de investigação.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Para além da página da faculdade, existe pouca informação relativa ao mestrado. Da experiência que tenho aconselho que primeiramente leiam a descrição do curso na página da faculdade e de seguida contactem com alunos/ex-alunos para pedirem o seu feedback e tirarem as vossas dúvidas.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Para ser sincero, numa fase inicial de pesquisa de mestrados o que me suscitou logo interesse foi o nome “Gestão da Qualidade da Água”. A água é um assunto debatido a nível mundial por ser um recurso em crescente utilização de modo não sustentável. Por outro lado, um recurso em crescente contaminação. Há 3 grandes problemas em torno da água- escassez, desperdício e poluição. Dia para dia observamos que a exploração de recursos hídricos tem crescido, agregado a um aumento populacional que, consequentemente, leva a um aumento na escassez de água. Vemos também, por exemplo, cada vez mais indústrias que necessitam deste recurso, muitas delas de uma forma não sustentável, para produzirem os seus produtos e esse aumento também levou a uma crescente poluição. Estes exemplos, como tantos outros, fizeram-me ver que este mestrado me dá a possibilidade de ajudar, de certa forma, a encontrar novas soluções para combater esses problemas e com isso ajudar a garantir um bom funcionamento do nosso Planeta.

Estás a gostar do teu mestrado?

Confesso que inicialmente, apesar de gostar imenso das áreas de estudo, não estava certo da minha escolha. Atualmente percebo que foi uma boa escolha sim.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Para mim o ponto mais importante é a possibilidade de no 2º ano podermos optar por estágio ou tese. O estágio é a melhor opção para quem prefere uma carreira empresarial, ao passo que a tese é mais voltada para aqueles que pretendem ingressar na área da investigação. Contudo, a escolha de uma não impede de, no futuro, seguirmos a carreira da outra, isto é, quem escolher, por exemplo, a tese pode muito bem no futuro ter uma carreira empresarial.

E negativos?

De toda experiência que estou a vivenciar não há algo que considere realmente negativo. Contudo, há sempre algo que consideramos menos positivo, como vou referenciar de seguida.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

De um modo geral penso acho que sim, tirando alguns pontos.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Há um ponto crucial que, tanto na minha opinião como na dos meus colegas, deveria ser reformulado relativamente à UC de Seminário (única anual). Resumidamente esta UC consiste na apresentação de 4 trabalhos/projetos ao longo do ano, uns com tema a nosso critério e outros com tema escolhido pelo professor. Por ser a UC com mais créditos (9 créditos) e tendo em conta que a apresentação dos trabalhos é deveras importante, considero que a mesma poderia ser conciliada com palestrantes de diversas áreas. Isto não só era importante para enriquecer o nosso conhecimento como também para ajudar quem está mais indeciso relativamente ao futuro e à área que pretende seguir. Contudo este não é o ponto chave para um bom ensino neste mestrado, apenas um excelente complemento, na minha perspetiva.

Há alguma peripécia/vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

Para além de conhecer excelentes docentes e colegas fantásticos que considero neste momento amigos, a experiência que estou a ter no meu estágio é sem dúvida o ponto mais alto e mais importante do meu percurso académico, um verdadeiro empurrão para a vida profissional.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Sei que vou parecer um pouco clichê mas o meu conselho é que primeiramente pensem na área em que se vêem a trabalhar ao longo da vossa vida, isso fará com que estejam sempre 100% motivados a serem melhores que no dia anterior e só depois é que devem pensar se vos dá garantias de futuro. Coloquem esses dois pontos numa balança e vejam o que realmente pesa mais nas vossas perspetivas de futuro.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Podem contactar-me pelo meu facebook (Tiago Pinha Alves) ou pelo meu mail institucional (up201804364@fc.up.pt)

 

Mariana Melo: Mestrado em Ensino de Biologia e Geologia no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário

Mariana Melo frequenta o segundo ano do Mestrado em Ensino de Biologia e Geologia no 3.º Ciclo do Ensino Básico e no Ensino Secundário e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são voltadas mais para a teoria ou para a prática?

No meu mestrado, a maior parte das UC’s estão voltadas para a teoria.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Se for em relação à prática de ensino, não. Se for em relação à prática em investigação em ensino, sim.

Que UC’s de laboratório tens?

Não existe componente laboratorial.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Ligadas ao ensino.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Podem consultar a página do mestrado no Sigarra.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Ao longo da licenciatura em Biologia apercebi-me que não queria seguir a área laboratorial e então o ensino pareceu-me uma boa opção.

Estás a gostar do teu mestrado? 

Sim

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Há estágio de um ano numa escola.

E negativos?

Há pouca preparação para a prática profissional.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Em termos de nos preparar para a prática profissional (ser professor) não, mas está bem estruturado para a investigação em ensino.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo? 

Ter UC’s mais focadas em como ser professor.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

Era a área que queria seguir naquele momento.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado? 

Escolham uma área que gostem e, se não estiverem contentes com a forma como o mestrado está organizado, pensem que é um meio para atingir um fim, serem profissionais na área que mais gostam.

Mariana Moutinho: Mestrado em Aplicações de Biotecnologia e Biologia Sintética

Maria Moutinho é aluno do primeiro ano do Mestrado em Aplicações de Biotecnologia e Biologia Sintética e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

As UC’s são maioritariamente teóricas, principalmente no 1º semestre. No 2º semestre, temos acesso a várias cadeiras opcionais que têm uma componente laboratorial mais forte. No entanto, penso que faz sentido que haja uma componente mais teórica devido ao quão vasto em termos de temáticas o mestrado é.

Que UC’s de laboratório tens? 

Neste mestrado, 4 em 10 das cadeiras do ano curricular são de cariz opcional, o que permite uma maior componente laboratorial a quem assim o desejar. Pessoalmente, tive duas UC’s de laboratório: Manipulação de DNA e Biologia Sintética e Biotecnologia Azul. Ambas permitiram o acesso a diversas técnicas recorrentes em ambiente laboratorial, nomeadamente Biotecnologia Azul, em que as aulas laboratoriais são lecionadas no CIIMAR.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Como existe a possibilidade de fazer estágio em contexto empresarial, existem empresas que aceitam alunos. No entanto, é o primeiro ano de funcionamento do mestrado e estas empresas ainda não foram divulgadas.

Que saídas profissionais podem esperar os alunos que completem o mestrado que frequentas?

Este mestrado reúne valorização científica, tecnológica e económica, permitindo nomeadamente que os alunos ingressem num estágio em contexto empresarial, caso seja do seu interesse. Assim, os alunos acabam por estar preparados para seguirem a área mais comum na nossa faculdade, investigação, mas também áreas no ramo industrial.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Por ser recente, ainda não há nada para além do site da faculdade.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Sem dúvida que este mestrado se diferencia de muitos na FCUP pela aposta na valorização comercial e industrial. Foi isso que me cativou e levou à minha candidatura.

Estás a gostar do teu mestrado?

Por vezes é bastante trabalhoso, no entanto obrigou-me a sair da minha zona de conforto e a descobrir temáticas que desconhecia ou que achava, erradamente, que não eram do meu interesse. Por isso, estou feliz na minha escolha.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Como referi anteriormente, o número de cadeiras opcionais e a aposta na área industrial e de inovação.

E negativos?

Este foi o primeiro ano em que o mestrado funcionou o que fez com que houvesse alguma desorganização entre cadeiras que já existiam, de outros mestrados, e cadeiras novas, nomeadamente em termos de conciliação de horários e prazos de entregas de trabalhos. Este semestre já parece estar mais organizado e com certeza que no próximo ano estes problemas serão minimizados ao máximo.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Em termos de interesse das temáticas e a maneira como elas são abordadas, muitas vezes através de seminários e até visitas de estudo, sem dúvida.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Penso que os problemas que se verificaram deveram-se a este ser o primeiro ano de funcionamento. Assim, não vejo nada de concreto a ser apontado quanto à estrutura do mestrado em si. 

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Apesar de nada ser definitivo, a escolha de um mestrado dever ser feita conscientemente e de forma responsável. Penso que o melhor conselho é o de não se acomodarem. Procurem muito e bem, falem com quem esteja a fazer ou já tenha feito o/s mestrado/s do vosso interesse para terem a noção de como realmente funciona. Não tenham medo de mandar e-mails e de falar diretamente com os diretores dos mestrados. E claro, procurem um mestrado que vos realize profissionalmente e pessoalmente. E se entrarem num mestrado que afinal não era bem o que esperavam, não tenham medo de tentar de novo.  

João Branco: Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos

João Branco frequenta o segundo ano do Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos e respondeu a algumas questões.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

Grande parte das UC’s têm uma maior componente teórica do que prática, mas não achei que nas UC’s predominantemente teóricas faltasse a parte prática para complementar.

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro?

Poucas são as UC’s que se focam no laboratório, mas algumas unidades curriculares como “Diagnóstico de Doenças de Peixes”, “Ferramentas Moleculares aplicadas à Biologia Aquática” e “Dinâmica das Populações Aquáticas”, têm componentes laboratoriais que nos dão as bases para trabalhar laboratorialmente dentro dessas áreas. 

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Não consigo garantir se existem colaborações entre este mestrado e outras entidades, mas eu e todos os meus colegas encontrámos local onde estagiar ou fazer a tese muito facilmente. Sendo que consegui estabelecer contacto com uma universidade no estrangeiro através de uma das professoras do mestrado.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Atualmente muita investigação é feita em diversas áreas da aquacultura, como imunologia, sustentabilidade, nutrição, entre outras. Há também uma elevada empregabilidade em unidades de aquacultura, mas a maioria das oportunidades estão no estrangeiro, visto que é um setor ainda pouco desenvolvido em Portugal.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

O sigarra tem muita informação útil sobre o mestrado e as suas UC’s, mas penso que a melhor maneira é mesmo enviando um email ao diretor do mestrado em questão e marcar uma reunião para esclarecer as dúvidas que possam ter relativas ao mestrado.

Sobre o seu mestrado e as razões que o levaram à escolha do mesmo disse:

No meu último ano de licenciatura tive a UC “Aquacultura” e o tema interessou-me imenso, principalmente porque havia muita saída no estrangeiro e não era apenas em investigação, que foi algo que desde cedo não me imaginei a fazer. O ano curricular do mestrado, no geral, foi positivo, mas as cadeiras opcionais não me permitiam ter um semestre em que todas as UC’s eram do meu interesse, algo que eu esperava que fosse possível quando se está num mestrado. No ano de estágio fui para a DTU (Technical University of Denmark), onde pude experienciar um dos melhores centros de investigação da Europa em sistema RAS e tive também a oportunidade de trabalhar no Nordsøen Oceanarium em parti-time.
Penso que a escolha deste mestrado foi a escolha acertada para mim e recomendo para quem goste do tema, que tenha interesse em trabalhar numa aquacultura ou que simplesmente goste de aquariofilia (que também foi uma das razões porque escolhi).

João Pessoa: Mestrado em Engenharia Agronómica

João Pessoa frequenta o segundo ano do Mestrado em Engenharia Agronómica e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são mais voltadas para a teoria ou para a prática?

As aulas são de 3 horas e são maioritariamente teóricas, contudo, em algumas delas existem várias visitas de estudo em que vamos a empresas de diferentes áreas e em algumas cadeiras fazemos visitas aos campos e estufas que temos junto ao campus agrário de Vairão. Em termos de aulas práticas penso que estas estejam bem adequadas ao que cada UC ensina a nível teórico.

Que UC’s de laboratório tens?

Existem duas cadeiras com componente laboratorial. Uma é Biotecnologia Vegetal, onde se passa grande parte das aulas no laboratório a fazer trabalhos sobre culturas in vitro de plantas e biologia molecular. A outra cadeira é Tecnologia de Processamento e Conservação Agro-Alimentar, nesta cadeira é feito um trabalho laboratorial sobre conservação de alimentos.

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te para o teu futuro?

Eu acredito que as aulas laboratoriais do mestrado não te preparam para trabalhares no futuro, mas dão-te bases para depois conseguires aprender mais rapidamente. A grande plasticidade da área e o tempo limitado das aulas impedem fazer muitas coisas, mas acho aceitável a componente laboratorial que o mestrado apresenta.

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

O mestrado em si não apresenta nenhuma colaboração com empresas, mas em várias UC’s visitamos muitas empresas das diferentes áreas que estudamos. Desde visitas a institutos ligados ao melhoramento genético de plantas, empresas ligadas ao ambiente, a produtores de vinhos, legumes e flores. Existem também professores que têm parcerias com empresas, permitindo aos alunos desenvolverem parcial ou integralmente as suas dissertações nessas empresas.

Na tua opinião, essas colaborações/ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Talvez não ajude diretamente a entrar no mercado de trabalho, mas permite sair do contexto académico e entender um pouco do que é feito nas empresas.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Para além da investigação, que é uma saída  onde podes integrar diferentes linhas de pesquisa sobre as diferentes áreas que a agricultura tem, podes também entrar em empresas produtoras, empresas de fito-fármacos, entre outras coisas.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu Mestrado?

Existe a página de Facebook do IAAS Porto, é uma página de um grupo de estudantes da licenciatura e mestrado de agronomia no Porto que organizam e divulgam atividades da área, podendo eventualmente ajudar caso tenhas algumas dúvidas. 

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

O gosto pelas plantas e ser uma forma de fugir um pouco à investigação.

Estás a gostar do teu mestrado?

Existem coisas boas e coisas más, mas no geral estou a gostar e penso ter sido uma boa escolha.

Na tua opinião quais os pontos positivos?

Conheceres várias áreas agrícolas, muitas visitas de estudo, teres a oportunidade de aprender a podar videiras, aprender a beber vinhos, existirem várias cadeiras que são opcionais e os professores estarem sempre disponíveis para ajudar.

E os negativos?

Apenas uma das UC’s é no Campo Alegre, todas as restantes são em Vairão. No primeiro semestre do primeiro ano existe uma opção UP e quase ninguém consegue escolher uma boa cadeira, sendo que há pessoas que optam por a substituir com uma cadeira opcional do mestrado no segundo semestre, ficando com 4 cadeiras no primeiro semestre e 6 cadeiras no segundo. Existem cadeiras em que se fala bastante sobre Estufa e Culturas de Estufa, mas não se fala sobre outras culturas.

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

O mestrado sofreu agora uma mudança no plano de estudos, mas não existe nenhuma cadeira de solos. Essa matéria tenta ser compensada pela cadeira de Fertilização, mas existe tanta coisa para ser dada que o tema não é realmente aprofundado.

O que poderia ser reformulado no mestrado?

Podiam repensar o facto de existirem 3 cadeiras no segundo ano, o que complica o avanço nos trabalhos das dissertações.

Há alguma vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estás a estudar e que gpstasses de partilhar?

Desenvolvi um grande interesse sobre os vinhos e viticultura que antes não tinha, isto fez com que me aventurasse a fazer a minha dissertação nesta área.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um Mestrado?

Tentem falar com alunos que estão ou já frequentaram esse mestrado para perceberem melhor como é o mestrado. Isto pode prevenir, por vezes, que fiques decepcionado com o mestrado ou com certas cadeiras.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Deixo o meu email para quem quiser entrar em contacto joaopessoa.97@gmail.com

 

Sofia Spormann: Mestrado em Biologia Funcional e Biotecnologia de Plantas

Sofia Spormann é aluna do segundo ano do Mestrado em Biologia Funcional e Biotecnologia de Plantas e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são voltadas mais para a teoria ou para a prática?

As quatro UCs de frequência obrigatória no primeiro ano do MBFBP incluem duas que são inteiramente teóricas, Biologia Molecular de Plantas; e Desenvolvimento e Sinalização; e duas inteiramente práticas, Manipulação de DNA; e Laboratório de Biotecnologia. As restantes UCs do MBFBP são todas opcionais e de cariz teórico-prático, com aulas maioritariamente expositivas, mas com espaço para discussão e por vezes acompanhadas por experiências práticas, como é o caso de  Desenho Experimental; Melhoramento Genético de Plantas; Respostas e Adaptações ao Stress; Engenharia Metabólica de Plantas; Biotecnologia das Algas e Cianobactérias; Biotecnologia da Madeira; Biologia da Reprodução; Genómica Funcional; Fitopatologia e Proteção de Culturas; e Biotecnologia das Plantas Aromáticas e Medicinais.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

As UCs que ocorrem durante o primeiro ano letivo do MBFBP dão-nos uma base teórica sólida para o estudo de variados parâmetros da fisiologia e da biotecnologia vegetal, apresentando-nos à bibliografia mais atual e completa que existe para cada tema abordado. Este é sem dúvida o ponto forte do mestrado: sabemos onde encontrar a informação de que necessitamos. No entanto, o plano curricular atual deste mestrado peca pela falta de oferta de UCs opcionais práticas, uma vez que as existentes tendem a ser excessivamente teóricas pouco direcionadas para a aplicabilidade em termos de biotecnologia e empreendedorismo, por exemplo, que serão certamente muito valorizadas no nosso futuro. Apesar de algumas UCs aliarem a teoria à implementação prática, tal não ocorre na UC de Genómica Funcional, que é lecionada por diversos professores de áreas muito divergentes e não há continuidade entre o que vai sendo exposto por cada um, o que torna a UC extremamente desorganizada.

Que UC’s de laboratório tens?

No primeiro semestre, tive a UC laboratorial de Manipulação de DNA, que consistiu em fazer a Clonagem e expressão da proteína mCherry em Escherichia coli, e no segundo semestre a UC de Laboratório de Biotecnologia, na qual aprendemos a manipular e estabelecer culturas de células e tecidos in vitro e técnicas de transformação permanente e transiente. Ainda no segundo semestre, tive a UC opcional de Biotecnologia das Plantas Aromáticas e Medicinais que foi das UCs com maior volume de trabalho, contando com uma componente teórica tão intensa quanto a laboratorial. Nas UCs teórico-práticas costuma haver uma ou duas aulas práticas, que podem ocorrer num laboratório, como em Respostas e Adaptações ao Stress, ou no campo, como em Fitopatologia e Proteção de Culturas. Dada a relevância das plantas aromáticas e medicinais no mercado, achámos que os assuntos desta UC deveriam estar interligados e em continuidade com os da UC de Engenharia Metabólica de Plantas e, porventura, com uma UC de empreendedorismo, à semelhança do que é feito na UM.

Na tua opinião as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro?

No geral, sim. As aulas de laboratório do MBFBP permitem-nos realizar experiências práticas com muito mais autonomia e confiança do que tínhamos nas aulas práticas da licenciatura em Biologia na FCUP. Apesar de não termos posto em prática todas as técnicas mencionadas nas aulas teóricas, fomos capazes de experimentar vários métodos que certamente iremos voltar a utilizar no futuro em investigação. No entanto, a meu ver, para quem ambiciona avançar para um futuro em contexto empresarial, o mestrado não lhes oferece informação suficiente para que o façam de forma autónoma e formada. Penso que, apesar da urgência em reforçar as bases teórico-práticas da biologia computacional para qualquer trabalho em investigação científica, o MBFBP não valoriza muito esta área, pelo que não considero que prepare os estudantes neste âmbito para terem a autonomia suficiente para utilizar bases de dados e programas essenciais às suas dissertações e projetos futuros na investigação. 

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

Sim. O mestrado tem uma UC, Gestão de Projeto, que funciona em parceria com a UPTEC, e há uma aula de outra UC, Respostas e Adaptações ao Stress, que é lecionada por um professor do ICBAS. Para além disso, sei que para quem escolhe fazer um estágio em contexto empresarial pode fazê-lo nas empresas Deifil e A4F – Algae for Future. No caso das dissertações em contexto laboratorial, os estudantes podem ser co-orientados por investigadores de outras universidades, nacionais ou internacionais, pelo que, desse ponto de vista, existem várias ligações com outras instituições de ensino. No entanto, estas pontes partem da iniciativa do estudante e não do mestrado em si.

Na tua opinião, essas colaborações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Estas ligações são especialmente relevantes no segundo ano do mestrado, pois podem dar azo a oportunidades de trabalho futuras, quer a nível de investigação, se houver oportunidades de avançar no respetivo âmbito para bolsas de investigação ou PhD, quer a nível empresarial, caso o estudante desenvolva um bom projeto na empresa onde estagia.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Apesar da saída mais encorajada ser a continuação do percurso académico para um programa doutoral, é provável que os estudantes que saiam do MBFBP sejam bem recebidos em empresas de biotecnologia vegetal, tais como as mencionadas acima, ou em laboratórios de engenharia metabólica, entre outros.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

A realidade do mestrado é, em alguns casos, muito diferente das informações que estão no Sigarra. A melhor forma de obterem informação é falando com os docentes e com as pessoas que o frequentam ou já frequentaram. Que eu saiba não há mais nenhum website nem página onde haja mais informação.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

Desde que tive a UC Fisiologia Vegetal, na licenciatura, ganhei uma enorme curiosidade pela biologia do desenvolvimento, crescimento e regulação da fisiologia das plantas, tendo encontrado uma oportunidade de estágio num dos laboratórios que se dedica à investigação em plantas da FCUP. Com a experiência do estágio curricular e de outras UCs opcionais na área da Biologia Vegetal, decidi que queria continuar neste âmbito, pelo que este mestrado, sendo o único desta área no Porto, me pareceu a melhor opção.

Estás a gostar do teu mestrado?

Como em tudo, há aspetos positivos e negativos. De um modo geral, estou satisfeita com o lugar onde cheguei, embora saiba que muito partiu de mim e não de apoios por parte do mestrado. Por isso, a resposta que habitualmente dou a esta pergunta, que é bastante frequente, é que para mim, o MBFBP, embora me tenha ensinado muito e me tenha dado a conhecer técnicas muito valiosas, não está a ser uma experiência tão enriquecedora para o meu futuro como eu esperaria. Importa salientar que a minha visão não é igual às dos meus colegas e que esta varia muito, especialmente entre os estudantes de fora e os que já fizeram a licenciatura na FCUP… A verdade é que a maioria das UCs requer muitas horas de trabalho, e que para quem estiver a estagiar durante o primeiro ano e quiser dedicar-se “a sério” a todas as UCs, é um desafio manter uma rotina que possa incluir também hobbies pessoais e algum tempo livre! Mas tudo é possível!

Na tua opinião quais são os pontos positivos?

O mestrado tem uma componente teórica muito completa e são estudados os assuntos mais importantes com muito detalhe, pelo que a quantidade e qualidade de informação que se ganha é inquestionável. Apesar de não estarem tão bem reforçadas, este mestrado inclui muitas outras áreas paralelas, como a genómica funcional, a biotecnologia de algas e de fungos e a agronomia. Isto permite que os estudantes tenham uma ideia da aplicabilidade da biotecnologia vegetal noutras áreas da científicas. As UCs estão divididas por módulos ao longo do ano letivo, pelo que normalmente não há cadeiras a ocorrer em simultâneo, permitindo-nos focar num assunto específico de uma forma mais intensa e não estar com “pontas soltas” de várias cadeiras. Também devido à divisão em módulos, enquanto estão a decorrer as UCs opcionais que o estudante não escolheu, este tem direito a umas pequenas férias, o que é sempre bom para fazer uma pausa e recarregar energias a meio do semestre. Em termos práticos, é nos dada a oportunidade de experimentar um pouco de muitas áreas e aplicações, nomeadamente manipular culturas de plantas in vitro, realizar diferentes métodos de transformação genética, de avaliação de parâmetros fisiológicos, de extração de componentes celulares, simular a escrita de artigos científicos e de candidaturas de projetos para bolsas de investigação, etc.

E os negativos?

O ponto fraco deste mestrado é que as UCs não estão bem interligadas nem bem coordenadas internamente, quando existem muitos assuntos lecionados por diferentes docentes que dariam continuação uns aos outros e cuja compreensão beneficiaria de uma colaboração mais coesa. Para além disso, há UCs que são exaustivamente trabalhosas e que requerem mais tempo que o previsto para cumprir com todos os meios de avaliação. A escolha das UCs tem uma grande influência na qualidade do MBFBP, para alguns alunos pode tornar-se demasiado dispersivo, pois há demasiadas UCs opcionais de áreas muito diferentes e algumas que, a meu ver, são demasiado relevantes para serem só opcionais. 

Achas que o teu mestrado está bem estruturado?

Nem por isso. Acho que o mestrado tem UCs dadas por professores de áreas muito diversas o que faz com que durante determinados módulos sejam abordados temas nas aulas e nos trabalhos propostos que não têm grande relevância para o estudante de MBFBP. Nota-se também que não há muita comunicação entre os docentes sobre as metas de cada UC nem sobre as formas de avaliação, o que fez com algumas UCs ficassem desorganizadas e que não houvesse um equilíbrio de grau de dificuldade de UCs com o mesmo nº de créditos.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Deveria haver mais uniformidade entre os modos de avaliação de cada UC, atendendo ao nº de créditos. A UC Desenho experimental não deveria ser dada em conjunto com estudantes de outros mestrados, nem por professores de outras áreas, incentivando a escolha de desenhos experimentais destinados a ensaios com plantas para o relatório de avaliação da UC. Desenvolvimento e Sinalização deveria ser fragmentada em duas UCs. A UC de Genómica Funcional deveria ser inteiramente reestruturada e, para isso, deveriam ser ouvidas as opiniões e sugestões de outros docentes, deveria ocorrer no início do ano letivo, abranger mais aspetos da Biologia Computacional e deveria ser dada por professores mais especializados nesta área. Deveria haver uma UC opcional em colaboração com uma empresa que funcionasse como um estágio de curta duração nessa empresa.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

    • Quis um mestrado no qual pudesse aprofundar os meus conhecimentos sobre a Fisiologia Vegetal;
    • Tive atenção aos temas que seriam abordados em cada UC, para ver se eram do meu interesse;
    • Certifiquei-me de que as aulas teriam também uma componente prática;
    • Certifiquei-me de que o funcionamento ocorreria em módulos;
    • Quis escolher um mestrado no Porto, pois não me conseguiria sustentar monetariamente noutro sítio.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

O meu conselho para os que querem entrar no MBFBP é que, quando escolherem as UCs, não façam escolhas sob pressão ou influência de ninguém e que não deem demasiada importância ao tipo de avaliação e às médias de anos anteriores. Escolham as UCs com base nos vossos interesses e pensem nos conhecimentos que podem ganhar e na forma como essa experiência poderá ter algum valor no vosso futuro. Aconselho-vos também a manterem um ponto de vista muito crítico perante os docentes, lutando para que sejam erradicados erros recorrentes e impedindo que vos prejudiquem. Para todos os que entrarem no MBFBP, sugiro que comecem já no início do primeiro ano letivo a contactar com grupos de investigação ou empresas com os quais gostariam de realizar as vossas dissertações ou estágios empresariais. Quanto mais cedo começarem a explorar o tema em que vão trabalhar, melhor! Acho que seria bom salientar ainda que é muito importante manterem-se unidos e formarem bons laços de amizade entre vós. Haverá muitos trabalhos para serem feitos em equipas, pelo que uma boa comunicação é essencial. Não vale a pena entrarem em competição uns com os outros, e divirtam-se!

Camila Costa: Mestrado em Genética Forense

Camila Costa é aluna do Mestrado em Genética Forense e falou um pouco acerca do mesmo.

 

O Mestrado em Genética Forense foi estruturado de forma a concentrar a componente teórica toda no primeiro ano letivo, no qual nenhuma unidade curricular obrigatória é exclusivamente prática, existindo apenas aulas esporádicas que poderão ser consideradas componente prática. Tal como nos diversos mestrados, em Genética Forense, existem unidades curriculares opcionais de primeiro ano, sendo que, consoante as opções escolhidas, poderão ter ou não alguma componente prática no decorrer desse ano. Assim sendo, a componente prática propriamente dita é concretizada no segundo ano letivo com o desenvolvimento da dissertação de conclusão do mesmo.

Existem várias entidades em colaboração com o mestrado em Genética Forense, sendo o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S), o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) e o Laboratório de Polícia Científica da Polícia Judiciária (LPC-PJ), os mais sonantes e impactantes da lista. Estas colaborações permitem um contacto mais próximo com a realidade profissional e uma nova perspetiva sobre as diferentes vertentes e aplicações da genética, sendo extremamente enriquecedor pessoal e profissionalmente.

Considerando a baixa criminalidade nacional e a especificidade da área Genética Forense, a oferta de emprego é bastante reduzida, centralizando-se apenas no LPC-PJ e no INMLCF. Para ingressar numa destas instituições é necessário a abertura de concurso público, o que já não se verifica há algum tempo. 

No entanto, as bases de genética populacional adquiridas neste mestrado, permitem aos alunos optar por outras vias para além da forense, como por exemplo, investigação na área da saúde.

A área da genética suscita o meu interesse desde do ensino secundário, portanto, sempre desejei formar-me nessa área, no entanto não sabia que curso deveria escolher, nem que opções deveria tomar. Após algumas diligências tive conhecimento da existência do mestrado em Genética Forense e resolvi optar pela formação em biologia com o objetivo de, na sua conclusão, ingressar neste mestrado.

O mestrado superou as minhas expectativas. Apesar de o primeiro ano ser maioritariamente teórico, gostei de tudo que aprendi nas diversas unidades curriculares. Já no segundo ano, a dissertação do mestrado, onde parte foi realizada no LPC-PJ na diretoria de Lisboa (parceria com Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) veio confirmar e reforçar que é esta a minha paixão, constituindo a minha maior vivência no contexto deste mestrado.

A minha maior preocupação e desilusão, que poderá ser apontado como ponto negativo, é não haver previsão para abertura de concurso público nacional para exercer a função que anseio.

Caso necessitem, podem contactar-me através do e-mail (up201505312@fc.up.pt).

Diogo Lima: Mestrado em Biodiversidade, Genética e Evolução

Diogo Lima concluiu o Mestrado em Biodiversidade, Genética e Evolução e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As UC’s são voltadas mais para a teoria ou para a prática?

Existem as duas vertentes, mas na generalidade as UC’s visam a preparação de futuros investigadoras daí que o método de ensino seja direcionado para a aplicação de conteúdos que aprendemos e de desenvolvimento de pensamento crítico.

As UC’s são um bom complemento à componente prática?

Sim, os métodos de avaliação de todas as UC’s exigem que apliquemos os conteúdos lecionados à componente prática, seja ela a elaboração de trabalhos, apresentações, etc

Que UC’s de laboratório tem o mestrado?

Dentro das cadeiras obrigatórias apenas temos uma UC com aulas laboratoriais (Métodos Moleculares na Análise da Diversidade Biológica). No entanto, sendo todo o segundo semestre composto por cadeiras opcionais existe a possibilidade de frequentar aulas de laboratório. Inclusive existe uma UC em que é exigido aos alunos que passem alguns dias nas instalações de Corno de Bico a explorar metodologias de trabalho de campo (Genética da conservação).

Na tua opinião, as aulas de laboratório prepararam-te bem para o teu futuro?

Sim, as aulas laboratoriais são lecionadas, não por professores, mas sim por técnicos de laboratório do CIBIO especializados nas técnicas e metodologias abordadas e as turmas práticas são geralmente compostas por 3-4 alunos o que facilita a aprendizagem.

O teu mestrado tem alguma colaboração com outra instituição?

O mestrado é uma colaboração com o CIBIO, sendo a maioria das UC’s lecionadas lá, por investigadores do Centro.

Na tua opinião, essa colaboração potencia o ingresso no mercado de trabalho?

O mestrado está muito direcionado para a investigação e sendo que as são aulas lecionadas no CIBIO há um facilitismo em fazer contactos para o ingresso no mercado de trabalho ou em doutoramento.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentaste?

Existe a possibilidade de completar o mestrado e seguir para carreiras como técnico de investigação (seja em laboratório ou direcionado para a componente informática) no entanto, como disse anteriormente o ensino é direcionado para doutoramento.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir este mestrado?

Não tenho conhecimento de outras plataformas para além do sigarra no entanto, o site do CIBIO é uma boa ferramenta para explorar o trabalho que lá se faz.

O que te fez seguir o mestrado que frequentaste?

Fiz o meu estágio curricular da licenciatura no CIBIO e fui muito bem recebido, tanto pela equipa de investigação em que fui inserido quanto pelos técnicos de laboratório, considero que o ambiente no CIBIO é bastante agradável e existe uma cultura de apoio de entreajuda que não encontrei noutras instituições académicas. Aliado a isso está o meu gosto pela genética e curiosidade em estudar Biologia Evolutiva.

Gostaste do mestrado?

Posso dizer que gostei bastante e que considero o ensino claramente diferente do da licenciatura de Biologia.

Na tua opinião quais são os pontos positivos?

Aulas lecionadas por investigadores, métodos de avaliação progressivos em relação aos conservadores da licenciatura, boas instalações, grande sentido de comunidade cientifica e proximidade entre alunos e investigadores.

E negativos?

O facto das aulas serem no pólo de Vairão, não sendo facilmente acessível para todos.

Achas que o mestrado está bem estruturado?

Sim, há um semestre com cadeiras obrigatórias e outro com apenas opcionais que nos permite explorar as nossas áreas de eleição.

O que poderia ser reformulado na estrutura do mesmo?

Considero que existe uma falta de interesse por parte da FCUP em relação aos alunos deste mestrado pelo facto de não termos aulas na faculdade.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

O futuro que quero seguir em investigação.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Se não gostam dos métodos de ensino e avaliação aplicados na licenciatura considerem bem as opções existentes.

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião?

Deixo o meu email: diogofclima5@hotmail.com e o meu Instagram: diogofclima5

 

Maria Serrano: Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos

Maria Serrano frequenta o segundo ano do Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos e respondeu a algumas questões acerca do mesmoo.

As UC’s são voltadas mais para a teoria ou para a prática? Apresentam complemento à componente prática?

Apesar de algumas cadeiras serem mais teóricas, a grande maioria apresenta uma componente prática bastante bem elaborada, na medida em que são colocados em prática, os temas abordados nas aulas teóricas. Isto verifica-se não só em aulas laboratoriais através da realização de pequenos ensaios, mas também em aulas de pesquisa em trabalhos de grupo ou visitas de campo, quer a empresas como a lugares naturais. Em algumas UC’s podemos até experienciar ambos os casos, podendo participar na recolha de amostras em campo e proceder à posterior análise destas em laboratório. 

Que UC’s de Laboratório tens? 

Grande parte das UC’s apresenta uma componente laboratorial, por mais pequena que seja. Em algumas o trabalho prático está mais direcionado para observação a microscópio, enquanto para outras são realizados vários pequenos ensaios, consoante os diferentes temas da própria UC. Cadeiras como Qualidade Biológica da Água, Ecotoxicologia, Dinâmica de Populações Aquáticas, Biodiversidade de Ecossistemas Aquáticos e Nutrição de Animais Aquáticos são algumas que, na minha opinião, tiverem uma grande componente laboratorial.

Na tua opinião, as aulas de laboratório estão a preparar-te bem para o teu futuro (em investigação, empresa ou outro)? 

Sim, todas as aulas em laboratório foram bastante úteis, na medida em que permitiram ganhar algum conhecimento e, principalmente, alguma prática de trabalho em laboratório (por exemplo realização de análises seguindo protocolos específicos e com utilização de equipamentos específicos). 

O teu Mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades? Se sim, quais? Na tua opinião, essas ligações potenciam o ingresso no mercado de trabalho?

Sim, por exemplo na cadeira de Aquacultura Sustentável, foram realizadas várias saídas de campo a diferentes empresas. Fomos visitar diferentes aquaculturas, por exemplo ALGA+, e o facto de termos profissionais específicos da área em questão disponíveis para explicar o funcionamento da empresa e esclarecer qualquer dúvida, além de ser muito interessante, é muito útil e permite que se crie um contacto que possa facilitar uma ligação com essas empresas no futuro. 

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Os estudantes deste mestrado terão preparação para seguir um caminho na investigação em diversas áreas, visto que se trata de um mestrado muito diverso. No entanto, devido às visitas realizadas a várias empresas, os estudantes poderão também ingressar no mercado de trabalho, tentando recorrer a essas empresas, ou a outras empresas ligadas ao meio aquático. 

O que te fez seguir o Mestrado que frequentas?

Sempre tive o objetivo de ingressar numa área como esta. Apesar de gostar de muitas áreas da biologia (o que me fez licenciar em Biologia), sempre soube que me queria direcionar para a área dos recursos aquáticos. Para mim é uma área muito interessante, muito apelativa, muito atual e é uma área que a meu ver tem muito por onde ser explorada.  

Estás a gostar do teu Mestrado? Na tua opinião quais os pontos positivos? E negativos? 

Estou a gostar bastante do meu mestrado, correspondeu muito bem às minhas expectativas. Não tenho pontos negativos a apontar. Todos os conhecimentos obtidos nas UC’s lecionadas no primeiro ano foram úteis de alguma forma no segundo ano. Sinto que em todas as UC’s aprendi coisas muito diferentes, o que me deu uma visão muito abrangente sobre a área dos recursos aquáticos. 

Achas que o teu Mestrado está bem estruturado?

Sim, a meu ver o mestrado dos Recursos Biológicos Aquáticos está muito bem estruturado, devido principalmente ao facto de apresentar uma grande panóplia de cadeiras opcionais, que dentro da área dos recursos aquáticos, permitem seguir áreas bastante diferentes. 

O que tiveste em consideração na escolha do teu Mestrado?

Eu tive principalmente em consideração as unidades curriculares e os temas que iriam ser abordados em cada uma delas e o testemunho de antigos alunos que me permitiram perceber melhor o modo de ensino das UC’s. 

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um Mestrado?

Sim, procurar informação sobre o mestrado e sobre as oportunidades que podem surgir no futuro que sejam do seu interesse e relacionadas com a área, mas principalmente falar com alunos desse mestrado, caso tenham alguma dúvida ou curiosidade sobre o mestrado (métodos de ensino, métodos de trabalho, etc). 

Podes partilhar algum contacto teu, caso alguém te queira pedir algum conselho e/ou opinião? 

Claro. Este é o meu email: mariamsserrano@gmail.com

 

 

Cláudia Teixeira: Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos

Cláudia Teixeira concluiu o Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado? As unidades curriculares são mais voltadas para a teoria ou para a prática? São um bom complemento à parte prática?

Existem as duas vertentes, cadeiras mais voltadas para a parte teórica e cadeiras mais voltadas para a prática, e ainda cadeiras em que existe um bom balanço entre as duas componentes. Há ainda complementaridade às partes letivas com saídas de campo e visitas de estudo que nos colocam em contacto com experiências reais do mundo laboral, quer seja visitas a empresas ou ainda recolha de amostras para tratar em contexto de aula.

Que unidades curriculares laboratoriais tiveste?

Gestão de recursos hídricos, fisiologia de animais aquáticos, ecotoxicologia, ferramentas moleculares aplicadas à biologia aquática, biodiversidade de ecossistemas aquáticos, nutrição animal, aquacultura sustentada, diagnóstico de doenças de peixes, dinâmica das populações aquáticas.

Na tua opinião as aulas de laboratório prepararam-te bem para o teu futuro?

As aulas laboratoriais foram importantes no desenvolvimento de competências e prática para o futuro, quer para o desenvolvimento da tese de mestrado quer para a vida profissional.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentaste?

Para além das saídas na área de investigação, ou possível progressão para doutoramento, o mestrado oferece o contacto com algumas empresas como o grupo Sea8 e AlgaPlus, onde se pode eventualmente desenvolver teses de mestrado e/ou posteriormente virmos a trabalhar.

O que te fez seguir o mestrado que frequentaste?

Após terminar a minha licenciatura em Biologia na FCUP, a escolha do mestrado centrou-se em como poderia progredir e complementar o meu conhecimento na área onde desenvolvi o meu estágio em nutrição animal e aquacultura.

Escolhi o Mestrado em Recursos Biológicos Aquáticos uma vez que da oferta da Universidade era o que correspondia aos meus objetivos.

Na tua opinião quais os pontos positivos deste mestrado?

A diversidade de opcionais que nos permite ajustar o plano de estudos de acordo com os nossos interesses futuros. É multidisciplinar o que permite que possamos adquirir competências ou conhecimentos em diferentes áreas. Na minha opinião, é de valorizar também o mestrado ser lecionado por módulos, o que permite uma maior organização.

O que tiveste em consideração na escolha do teu mestrado?

Opções de unidades curriculares e a possibilidade de um projeto de tese do meu interesse, não sendo algo limitado por uma lista fornecida pela direção de mestrado.

Tens algum conselho para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Deve ser uma decisão consciente, sobretudo informada. Considerem as vossas áreas de interesse e possivelmente falem com colegas ou amigos que frequentam o vosso mestrado de interesse para que partilhem convosco as suas opiniões.