Vítor Neves: Mestrado em Ecologia e Ambiente

Vítor Neves é aluno do segundo ano do Mestrado em Ecologia e Ambiente e respondeu a algumas questões acerca do mesmo.

Poderias descrever o teu mestrado?

De modo geral, o mestrado é composto por cadeiras maioritariamente teóricas. No entanto, toda essa teoria é complementada por alguma prática, quando necessária. Esta componente prática pode ser laboratorial ou pode ser usada para praticar conceitos teóricos. Enquanto em unidades curriculares (UC) como “Ecologia de Populações e Comunidades” faz sentido usar a componente prática na vertente laboratorial (não-exclusivamente), em outras UC como “Aquisição e Análise de Dados em Ecologia e Ambiente” faz mais sentido usar a outra vertente.

Segundo a minha experiência, as UC que fizeram uso de componente laboratorial foram: Ecologia Funcional e de Ecossistemas, Ecologia de Populações e Comunidades e Biotecnologia Ambiental. Na minha opinião, a componente laboratorial é mais utilizada para instigar o interesse dos alunos sobre diferentes tópicos e não tanto para os preparar em definitivo para um futuro na área. No entanto, caso o interesse surja, facilmente será possível aprofundar o conhecimento sobre o tópico falando com o(a) devido(a) professor(a). 

O teu mestrado tem alguma colaboração com empresas e/ou universidades?

O mestrado em si não colabora com nenhuma empresa ou universidade. No entanto, no âmbito de tese ou estágio é vulgar haver uma colaboração com entidades do género. Contudo, esta colaboração é, normalmente, promovida pelo estudante ou pelo orientador.

Que saídas profissionais podem esperar os estudantes que completem o mestrado que frequentas?

Na minha opinião, o Mestrado está atualmente orientado para formar investigadores em diferentes vertentes da Ecologia. No entanto, há sempre opções profissionais como Consultoria Ambiental. Penso que o melhor conselho que poderei dar relativamente a este assunto será para falar com os professores sempre que houver dúvidas ou incertezas sobre o futuro. Não há ninguém melhor para ajudar do que aqueles que já passaram por onde estamos, especialmente tendo em conta que todos os professores são bastante acessíveis e simpáticos.

Onde aconselhas a procura de informação, para quem esteja interessado em seguir o teu mestrado?

Para obter as informações mais básicas (o que é fundamental) basta usar a página do Mestrado no Sigarra. Caso exista uma maior curiosidade ou incerteza que envolva este mestrado como opção eu aconselho listar os professores que lecionam UC no mestrado e enviar-lhes emails com dúvidas. Se possível, recomendo ainda mais falar com estes professores pessoalmente. Nenhum email se compara a uma conversa em pessoa a nível de esclarecer dúvidas e expor incertezas.

O que te fez seguir o mestrado que frequentas?

O que me fez seguir o Mestrado em Ecologia e Ambiente foi o facto de sempre me ter sentido como um “Biólogo de Bota”. Sempre gostei mais do aspeto “ar livre” do que do aspeto laboratorial. De modo geral, sempre pensei que seria mais feliz a trabalhar com algo relacionado com o Ambiente.

Estás a gostar? Quais os pontos positivos que destacas? E os negativos?

Estou no meu 2º do Mestrado e, até agora, gostei bastante da minha experiência. Os pontos mais positivos que posso apontar sobre o mestrado serão: os docentes são bastante acessíveis e simpáticos (como já mencionei acima); o “leque de escolha” que este mestrado proporciona aos seus alunos é bastante diversificado e abrangente, isto é, dois alunos deste mesmo mestrado podem estar a trabalhar em vertentes completamente distintas da Ecologia; a enorme quantidade de trabalhos de grupo e apresentações feitas ao longo do mestrado ajudam não só a treinar para a própria defesa da tese como também a adquirir competências relacionadas com trabalho de equipa e “à vontade” para falar em público. Em termos de pontos negativos há também alguns: o equilíbrio entre carga horária (tempo de aulas)/carga de trabalho foi bastante desigual entre os dois semestres do 1º ano, na medida em que no 1º semestre havia muitas mais aulas mas não muitos trabalhos, enquanto que no 2º semestre apenas havia aulas 2 dias por semana mas o volume de trabalho era imenso; a nível da natureza dos trabalhos, embora todos tenham sido úteis, houve uma saturação de trabalhos teóricos em comparação a práticos.

O que poderia ser reformulado na estrutura do teu mestrado?

Penso que o Mestrado poderia ser melhor estruturado, sobretudo a nível de balançar a carga horária e carga de trabalhos entre os dois semestres do 1º ano. De resto, penso que também seria benéfico para todos se, dentro dos possíveis, fossem acrescentadas mais componentes práticas relacionadas com trabalho de campo; embora já existam, poderiam ser mais.

Há alguma “peripécia”/vivência que tenha ocorrido nestes anos em que estás a estudar e que gostasses de partilhar?

O que mais gostei de fazer neste Mestrado foi ir em saídas de campo. Foram cerca de 5 saídas e de cada uma trouxe boas memórias. Proporcionam não só momentos de ar livre com bons colegas enquanto se aprendem coisas que não seria possível aprender numa sala de aula, como também permite ir a locais aos quais talvez não fossemos sozinhos (ou não fosse tão divertido). Algumas saídas duraram o dia todo, outras apenas algumas horas, mas todas valeram muito a pena!

Tens alguns conselhos para os estudantes que se vão candidatar, no próximo ano, a um mestrado?

Além dos conselhos que já procurei dar acima sou capaz de dar ainda mais alguns. Diria que: devem habituar-se a estudar regularmente logo desde início (se tiverem sido como eu, percam o vício de estudar só para os exames!); devem aproveitar muito bem as aulas, não só para saberem a matéria para os exames, mas, sobretudo, porque muitas delas servem para expor aos alunos certas temáticas muito interessantes para debater e também servem para “expandir os nossos horizontes”; devem aprender a ser mais proativos, mais participativos nas aulas e mais curiosos em saber mais, porque no final de contas vai compensar bastante; e, finalmente, devem desde o início procurar saber qual o vosso tópico de maior interesse em estudar, dentro da respetiva área.